Bacia hidrográfica do Rio Ipojuca
Características
A palavra Ipojuca tem sua origem no tupi-guarani yapó-yuc, que significa podre, estagnado, banhado de água pútridas, pântano. O rio nasce nas encostas da serra pau d’arco, no município de Arcoverde, 876 m acima do nível do mar. Com extensão de 323,9 km, é o segundo rio mais extenso do estado de Pernambuco e, infelizmente, o terceiro rio mais poluído do Brasil. Tem percurso no sentido oeste para leste, possuindo uma extensão da área da bacia hidrográfica de 3.435,34 km². O rio corta 25 municípios pernambucanos e abrange as quatro mesorregiões (Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife).
Alguns fatos históricos
Em 1853, havia muitas confusões por causa de cercados as margens do rio. A população queria passar, mas era impedida porque alguns donos de terrenos nas margens do rio cercavam suas margens e, consequentemente, geravam conflitos.
Em um trecho do rio havia um poço que servia de bebedouro para o gado, coberto com uma planta rasteira denominada Caruru e uma grande quantidade de sapos Cururu; surgindo o nome de sítio “Poço Cururu”.
A primeira barragem para abastecer o município de Caruaru durante 50 anos estava localizada entre o velho “cafundó” e o “ Vassoural”. Foi construída em 1865 e durou até 1915, quando ocorreu uma enchente que rompeu o paredão da barragem.
Na década de 50, tínhamos a empresa Companhia de Navegação do Rio Ipojuca para passeios nas suas águas. O ponto de embarque das pequenas embarcações começava no final da Rua Saldanha da Gama, até ao lado do Colégio Sagrado Coração por 500 réis por passageiro.
Baronesa
Planta aquática que aparece com muita frequência no rio por ser uma planta invasora indicadora de despejo de esgoto. Sua origem é das Américas do Norte e do Sul; sua floração é no verão e desenvolvimento ocorre com muita luminosidade. Tem nomes populares como aguapé, camalote, rainha-dos-lagos, mururé, jacinto d’água, orelha-de-veado e orquídea d’água. Não tolera salinidade e suas folhas são sensíveis às geadas. Na índia, invade plantações de arroz, impedindo o crescimento desse cereal. No Sudão reproduziu-se tanto que impediu a navegação. O aparecimento de muitas baronesas no rio, contribui para diversos problemas, proliferação de muriçocas e ela forma um “tapete” que impede a passagem da luz e o fitoplâncton presente na água não recebendo a luz, não realiza a fotossíntese, e não produz oxigênio – uma baixa Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e consequentemente não.
Os cágados
Ocorre uma confusão entre as diferenças entre tartarugas, jabutis e cágados. Os que vivem no rio Ipojuca são cágados, que possuem respiração pulmonar e mergulham na água para obter como alimentação os dejetos.
Alguns problemas ambientais
Assoreamento – Acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra e resíduos sólidos na calha do rio. As águas das enchentes não terão espaço dentro do rio e ocuparão toda a margem e outros espaços;
Construções irregulares – De acordo com o novo código florestal, as faixas marginais de qualquer curso d’água serão Áreaa de Preservação Permanente (APP). Logo, um rio com 10m de largura deverá ter preservado 30 m de cada margem;
Mata Ciliar – é a formação vegetal localizada nas margens do rio. É considerada área de preservação permanente com diversas funções, evitando processos erosivos, assoreamento, construções irregulares e descarte irregular de lixo. Além disso, nutre o ecossistema aquático, o que é de fundamental importância para preservar e conservar a “saúde” do rio;
Poluição – O descarte inadequado dos resíduos sólidos contribui para a proliferação de vetores de doenças (baratas, ratos, moscas e formigas).
Recuperação do rio está em nosso poder
Desde o período neolítico (pré-história), o homem ocupou as margens dos rios por diversas razões, como para agricultura, pecuária e para o próprio consumo humano; isso demonstra a sua importância para a história da humanidade. Precisamos conscientizar e sensibilizar a população e o poder público acerca dos problemas socioambientais do Rio Ipojuca. Dentre os principais problemas encontrados podemos destacar a poluição, o assoreamento, as construções irregulares, o desmatamento da mata ciliar, entre outros. São problemas que podem ser solucionados, com o trabalho em conjunto da população e do poder público. O ser humano tem um poder monstruoso de destruição, mas também temos a capacidade de recuperar áreas degradadas em um curto período.