Na última quarta-feira (30/07) o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, o Copom, optou por uma decisão no sentindo da expectativa de redução do mercado e cortou a taxa básica de juros Selic em 50 pontos-base, para 6,00% (antes 6,5%), o que representa um mínimo histórico. O Brasil reverte um paradigma dos juros altos no Brasil. Essa redução só foi possível depois de seguidas políticas econômicas iniciadas ainda no governo Temer. Destaque para a instituição do Teto dos Gastos, a parcial reforma da previdência e a relativa autonomia do Banco Central em perseguir as metas de inflação, que estão em níveis também histórico. O Copom ainda deixou a entender que as próximas decisões da política monetária continuarão dependendo da “evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.”, ou seja, com a aprovação total da reforma da previdência e com a manutenção do controle da inflação nos próximos meses essa taxa pode ser reduzida ainda mais. Contudo, o cenário externo tem forte influência nesse cenário e não deve ser deixado de lado.
Em efeito prático a redução da taxa tem potencial para elevar os índices da bolsa de valores (IBOV) e nos indicadores de emprego. Importante esclarecer que essa melhora tem efeito também na economia do país, a partir do maior nível de investimento por parte das empresas. Ainda é incerto os efeitos da redução da taxa de juros Selic sobre os juros bancários, aquele que afeta o consumidor. O principal efeito esperado, é o maior nível de investimento que pode desencadear um ciclo virtuoso na economia com maior geração de empregos e atividade empresarial.
Do ponto de vista político o que chama atenção é o fato dessa decisão de juros ser resultado de uma política econômica sustentável, que em outra época foi vista com demasiado preconceito. Para muitos que imaginavam políticas “neoliberais” elevando juros, os fatos comprovam o contrário.