Dois presidentes, duas casas legislativas. A comunidade internacional divide-se entre os dois presidentes, com apoios e ameaças ao lado opositor, frases do tipo: “todas as alternativas estão na mesa”, ou do outro lado palavras cunhadas com o ar de ameaça indicando que poderá haver “graves consequências” se continuar a dar “passos agressivos”.
No meio dessa crise, encontramos um povo dividido, sofrido e sem alternativas para uma solução democrática pacífica a curto, médio e longo prazo, que devolvesse a normalidade institucional da Venezuela. Mas, por outro lado, ao lançarmos um olhar para a história da Venezuela, parece que a normalidade institucional é a anormalidade institucional com brigas, golpes e deposições, em um ambiente de instabilidade.
Nosso vizinho rico, membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), vive uma crise, que se repete, ao que me parecer ser o que o cancioneiro popular brasileiro diz: “eu vejo o futuro repetir o passado”.
Ao longo de sua história, a Venezuela foi governada por diversas ditaduras e oligarquias conservadoras, desde a revolução de 1858 liderada por Julián Castro, passando por diversos períodos históricos, pequenas ditaduras militares, e outros governantes sempre sucederam-se no poder por golpes, deposições, revoluções e revoltas militares, culminando sempre em ditaduras, se alternando no poder regimes de esquerda e direita.
Ainda em uma superficial análise histórica da Venezuela, verificamos que o instrumento legitimador e mantenedor de um regime no poder sempre foi as forças armadas, que, ao largo da história, possuem influência, ascendência e participação em quase todos os governos venezuelanos, em todos os períodos históricos, desde os idos da chamada proclamação da independência de Caracas, tendo como líder máximo desse movimento o imortal Simón Bolívar.
Concluímos então que a solução da crise da Venezuela passa diretamente pela decisão dos militares em apoiar ou não, aquela ou aquele, que possuem mais simpatia entre as tropas, garantido lógico os privilégios dos militares e mantendo o poder nas mãos do governante de ocasião pela força das armas.
Desse modo, podemos afirmar que a saída para a crise na Venezuela não está mas mãos da comunidade internacional, nem nas pressões da política externa, ou por meio de mobilizações internas, que só geram caos. Não é o povo venezuelano que vai tirar o país da crise e, sim, as forças armadas.
Na Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) está a solução para o caso que o nosso vizinho foi mergulhado.