Nesta segunda-feira, dia 13 de maio, se comemora o dia Nacional de Denúncia e Luta contra o Racismo. É também uma data que marca a assinatura da Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil em 1988. Diante disso, a Coordenadoria de Promoção de Igualdade Ético-Racial, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, esteve promovendo, ontem (12), uma ação de panfletagem no Giradouro Major Clementino (ao lado do Grande Hotel). A ação contou também com a apresentação do Grupo de Capoeira Raça Nobre.
A manifestação teve a finalidade de mostrar que a abolição legal da escravidão não garantiu condições reais de participação na sociedade para a população negra no Brasil, segundo informa o coordenador do eixo pela prefeitura, Ivan Moreira. “A assinatura da Lei Áurea não é comemorada pelos negros que ainda hoje lutam por condições para que a população negra tenha inserção mais digna na sociedade”, esclarece Ivan. “A ação apenas mostra que precisamos acelerar esse processo com ações afirmativas para que possamos sentir uma diminuição mais significativa nas desigualdades sociais”, complementa o coordenador.
O objetivo do ato foi também destacar os autos índices dos mais diversos tipos de violência contra a população negra, que é duplamente discriminada no Brasil, seja pela situação socioeconômica ou pela cor de pele. De acordo com o Atlas da Violência de 2017, lançado pelo IPEA, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. A pesquisa também revela que os negros possuem chances de 23,5% maiores de serem assassinados em relação aos brasileiros de outras raças.