Ambientes fechados com ar-condicionado, circulação indiscriminada de cédulas e moedas, além da aglomeração de pessoas. Em tempos de pandemia do COVID-19, as agências bancárias podem vir a ser um foco de disseminação da doença. Por isso, o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) criaram um comitê de crise para acompanhar/influenciar as orientações das autoridades de saúde e as medidas tomadas pelos bancos. O grupo, no qual está incluído o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, solicitou, ainda, escalonamento dos horários dos funcionários, redução do contingente de atendimento e fechamento de postos em aeroporto e hospitais. O bloqueio das agências ao público, embora considerado o ideal, ainda não foi solicitado. No momento, há o aguardo pelas respostas. Em Pernambuco, houve o envio de ofício à Secretaria de Saúde do estado solicitando reunião para a busca de novas resoluções.
De acordo com a presidente do sindicato dos bancários de Pernambuco, Suzi Figueiredo, por enquanto, as únicas medidas adotadas referiram-se ao reforço quanto aos procedimentos de higiene e limpeza. Mesmo assim, de forma heterogênea. Em alguns bancos, como Caixa Econômica Federal, os funcionários estão utilizando máscaras. O Bradesco liberou funcionários com mais de 60 anos, doenças crônicas e transplantados, além de mulheres grávidas, a partir de solicitação do sindicato. Em outros, estuda-se a utilização de luvas no manuseio do dinheiro. São, entretanto, ações pulverizadas. Por isso, a categoria solicita procedimentos conjuntos e massivos como a adoção do rodízio entre os profissionais e o controle de clientes atendidos, por vez. “Ontem mesmo, em uma agência bancária de Olinda, chegou a haver mais de 300 pessoas em dado momento. As pessoas estão entrando em pânico e correndo aos bancos. Claro que o ideal seria o fechamento das agências, mas isso não é compatível com a realidade. Então, acredito que até poderíamos manter o horário de funcionamento, mas com menos funcionários e clientes por turnos”, afirma.
Outra reivindicação do sindicato é a suspensão das visitas aos clientes. “Em média, atualmente, um funcionário precisa visitar até 40 clientes em um dia e, apesar da pandemia, continuam sendo cobrados a cumprir a meta”, afirma Suzi lembrando que a grande maioria destes assuntos resolvidos presencialmente podem ser tratados via telefone. O grupo solicita, ainda, a suspensão do funcionamento de postos de serviços localizados em “áreas de risco” como aeroportos e hospitais. “Queremos medidas concretas. É necessário, mais do que nunca, que haja um ambiente mais tranquilo para que as pessoas estejam mais seguras. É uma questão de utilidade pública e responsabilidade social”, afirma Suzi.
*Pernambuco possui um total de 400 agências e 10 mil bancários. Apenas em Recife, são 5 mil.
*O que você pode fazer da sua casa
– Primeiramente, não busque resolver o que não for urgente
– Atualmente, pelo celular ou aplicativo do banco, é possível fazer quase tudo. Se o limite de saque diário é de R$ 1 mil, é possível ligar para a agência e solicitar o aumento do limite.
– Os bancos prorrogaram por 60 dias os vencimentos das dívidas de clientes pessoas físicas, além das micro e pequenas empresas
* Dentre as medidas cobradas pelo Comando Nacional dos Bancários a ser adotadas pelos bancos, estão:
– Adoção do teletrabalho e, nos casos em que isso não for possível, a antecipação das férias;
– Suspensão das demissões e da cobrança de metas;
– Retirada dos bancários do serviço no autotendimento;
– Antecipação da campanha de vacinação da gripe, como forma de facilitar a identificação dos casos de coronavírus. O início já foi antecipado de 22 para 15 de abril.
Por: Diário de Pernambuco
Foto: A Voz da Cidade