O resultado do que foi produzido em Pernambuco nos primeiros três meses do ano ultrapassou mais uma vez os números do Brasil. É que enquanto a produção brasileira no período cresceu 0,5%, os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado no primeiro trimestre deste ano, segundo apurado pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), foi de 1,2% de crescimento em relação ao mesmo período de 2018. No total, no período, o PIB pernambucano alcançou R$ 48,8 bilhões em valores correntes. O bom desempenho de Pernambuco veio de três grandes setores econômicos: Agropecuária (4,0%), Indústria (3,5%) e Serviços (0,5%).
Embora o maior percentual de aumento de produção tenha sido maior no setor agropecuário, com os bons resultados das Lavouras permanentes (12,2%), com influência, principalmente, dos aumentos na produção de banana, coco-da-baía e manga e Pecuária (4,1%), com destaque para o aumento na produção de ovos e leite, os outros setores puxaram o aumento do PIB no período. “A participação na composição do PIB é de apenas 4,3%, enquanto a indústria da transformação, que cresceu 3,5%, compõe 19,7% do indicador. Já o de serviços, com crescimento de 0,5%, detém 76% de participação nessa composição”, explica o gerente de estudos e pesquisas socioeconômicas da agência, Rodolfo Guimarães.
De acordo com Guimarães, o dinamismo do setor industrial pernambucano vem permitindo os resultados do PIB estadual, uma vez que a inserção de novas indústrias, a exemplo do polo automotivo de Goiana, tem permitindo uma tendência de crescimento maior que a do restante do País. “Podemos dizer que ao contrário do restante do Brasil, Pernambuco está se reindustrializando, além do polo automotivo, o Estado voltou a refinar petróleo na refinaria Abreu e Lima. Além disso, temos um polo de bebidas e de produtos de limpeza que tem fortalecido o nosso tecido industrial”, analisa o especialista.
A colocação de Guimarães é ratificada pelos números divulgados da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias no período, que aumentou 31,0%. O que a refinaria Abreu e Lima está inserida, o de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, cresceu 18,8 %. Colado com eles, o de Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, o aumento também teve destaque, atingindo 16,0%, enquanto a indústria de bebidas teve 10,5% de alta.
No lado negativo do setor industrial, a construção civil, crucial no bom desempenho do PIB, continua sem mostrar sinais de recuperação. No trimestre encerrado em março, caiu 0,9% em relação ao mesmo período de 2018. “Ainda temos muitas obras paradas, mas esperamos que com o anúncio recente feito pelo governo do Estado de recuperação de estradas, esse índice negativo possa ser revertido mais para frente”, prevê a diretora-presidente da Agência de Planejamento, Sheila Albuquerque.
Também com poder de influenciar positivamente os números do PIB pernambucano, o setor de serviços, com crescimento discreto de 0,5%, teve queda acentuada no seu principal subsetor, o comércio. No período, a queda no segmento foi de 1,9%, levado, principalmente, pelo comportamento negativo das atividades varejistas de Livros, jornais, revistas e papelaria, que caíram – 30,1%. “Nesse cenário, precisamos de uma política macroeconômica que possa alavancar a demanda e a procura por bens por parte dos consumidores”, acredita Rodolfo Guimarães.