Com a morte de 14 saguis em um condomínio em Camaragibe, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Vigilância Ambiental do município estão investigando a causa da morte dos primatas; entre as suspeitas levantadas, o contágio da herpes, dengue e febre amarela estava entre elas. Tudo indica que eles foram acometidos por febre amarela. Esses óbitos servem para investigar e combater a circulação do vírus da febre amarela, bem antes de humanos adoecerem. Desta forma, os macacos servem de orientação para elaboração de estratégias no combate à doença. Não podemos de forma alguma matar os saguis com a falsa ideia que eles transmitem a doença: não são eles os vetores – além disso, estamos cometendo um grave crime ambiental. A doença é transmitida por meio urbano através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, e o meio silvestre pela picada de fêmeas de várias espécies de mosquitos do gênero Haemagogus. O vírus afeta principalmente o fígado, dando aspecto amarelado à pele do doente. Afeta também baço, rins, medula óssea e linfonodos, podendo levar à morte. Mas os principais sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dores em todo o corpo, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais. Como características da infecção temos desde alguns sintomas até a morte. As medidas profiláticas são principalmente a vacinação, o combate aos insetos vetores, o isolamento do doente e todos aqueles cuidados rotineiros como não deixar água parada em vasos, pneus, ou qualquer outro recipiente, assim como não deixar reservatórios sem tampa, usar inseticidas – antes faça a leitura do rótulo para aplicar de forma eficiente e segura. Estamos em um período de altas temperaturas, sendo propício para a grande proliferação dos mosquitos, por isso, tome cuidados ainda maiores.
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Temos uma grande biodiversidade de animais peçonhentos, como serpentes, aracnídeos, insetos e peixes. São animais que desenvolveram, em milhares de anos, toxinas altamente específicas e eficientes com os objetivos de captura de alimentos e de proteção. A diferença básica entre os animais peçonhentos dos animais venenosos é que os primeiros possuem estruturas inoculadoras (dentes, ferrões, aguilhões e esporões) que injetam o veneno, enquanto que os venenosos produzem o veneno, mas não possuem órgãos especializados em inoculá-lo – nesses casos, o veneno é injetado por compressão, como ocorre com algumas espécies de sapos, ou com o simples contato com os pelos, como é o caso da taturana, ou pela ingestão do animal, como o peixe baiacu. Precisamos especializar nossos profissionais de saúde em relação aos o manejo dos acidentados em decorrência da falta de aprofundamento nos cursos de graduação na abordagem desse assunto. Além das condições climáticas, a falta de limpeza adequada é fator essencial para o crescente número de acidentados.
Vivemos hoje num mundo com muitas doenças e epidemias. Ainda bem que a doença do preconceito não é contagiosa.
Layra Maciel