É bem possível dividir a história do cinema: Antes e depois de 15 de dezembro de 1939, quando Hollywood apresentou oficialmente ao mundo sua mais espetacular criação: …E o vento levou.
Até hoje é o líder absoluto em número de espectadores (mais de 400 milhões) e se os cálculos forem refeitos, continua sendo a maior bilheteria de todos os tempos. Claro que ele nunca foi uma unanimidade e há quem o considere cafona, supérfluo e exagerado com seus excessos cromáticos, no entanto, nunca passou despercebido até porque tudo nele é superlativo: 136.950 metros de filmes gastos; 90 estúdios construídos; 2.400 figurantes; 4.118 figurinos; 1.400 entrevistas para o papel da protagonista, dentre outros exageros.
Com um número recorde de indicações ao Oscar (treze categorias), arrebatou oito estatuetas: Melhor Filme, Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Cinematografia em Cores, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e Melhor Atriz Coadjuvante (com Hattie MacDaniel – a resmungona Mammy, primeira negra a ganhar a cobiçada honraria), além de um Prêmio Honorário, um Científico/Técnico e o “Irving Thalberg”. Teria abocanhado outros, caso existissem na época categorias como a de figurino. Some-se a tudo isso, um elenco estelar e um orçamento fabuloso e estava pronta a receita do maior épico, aquele que mudaria para sempre o conceito de arte cinematográfica no mundo.
A relação de amor e ódio entre a volúvel, mimada e encantadora (anti) heroína Scarlett O’Hara e o canastrão e aventureiro Rhett Butler, tendo como fundo a guerra civil norte-americana, saída das páginas do livro homônimo de Margaret Mitchell até hoje fascina e desperta curiosidade.
Oito décadas depois de seu lançamento, segue continua sendo o maior exemplo de superprodução da Era de Ouro hollywoodiana e é frequentemente considerado “o mais amado, duradouro e famoso filme de todos os tempos”.