Cumprindo agenda no município de Caruaru, no Agreste do Estado, nessa sexta-feira (03), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está cometendo um crime gravíssimo contra o ensino superior ao impor um corte de 30% nos recursos das universidades federais, anunciado pelo Ministério da Educação por suposta má avaliação e “balbúrdia” das instituições.
“Este corte orçamentário no ensino superior é mais uma atitude criminosa desse governo. É um movimento fundamentalmente político para enfraquecer as universidades. Só aqui em Pernambuco, os cortes vão superar os R$ 83 milhões. Pesquisas importantes serão interrompidas, o calendário acadêmico será ameaçado e tudo isso sob uma alegação de ‘balbúrdia’. É um escárnio”, criticou o senador.
Na agenda, o parlamentar deu entrevista a um programa de rádio de uma emissora local, ao lado do deputado estadual João Paulo (PCdoB), que também fez duras críticas ao governo Bolsonaro. À noite, o senador participou de um debate acalorado sobre a Reforma da Previdência na faculdade Asces/Unita, que contou com a participação dos alunos da Pós-Graduação em Direito Público. Humberto aproveitou a oportunidade e fez diversos alertas aos formadores de opinião presentes no debate.
“Nós conhecemos a realidade do sertanejo, do nordestino e sabemos como é a vida de quem está de, sol a sol, com uma enxada nas mãos. O texto da reforma é profundamente raso e opressor. É preciso olhar o déficit da previdência de outra forma, é preciso gerar emprego para que mais pessoas possam contribuir com o regime previdenciário. Não só isso: a Reforma simplesmente esqueceu os sonegadores de impostos que levam bilhões dos nossos cofres todos os anos. Jogaram a conta nas costas do trabalhador e erraram feio. Acho muito difícil, do jeito que está, algum parlamentar botar a cara pra votar a favor de medidas tão monstruosas”, pontuou Humberto Costa.
O deputado federal Fernando Rodolfo (PR), que hoje faz parte da base do governo Bolsonaro, fez duras críticas à interlocução feita pelo governo com os parlamentares aliados e se posicionou contra diversos pontos da reforma. “Praticamente, não tem conversa com a base. Teve deputado que passou 60 dias tentando uma conversa com Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, e não conseguiu. Sobre a questão da previdência, quero deixar clara a necessidade de se fazer uma reforma, mas não nesses termos. Nós conhecemos a realidade do Nordeste e não vamos aprovar do jeito que está, precisa de mudança”, disse o deputado.
Humberto ainda relembrou o governo Lula (PT), onde a Previdência esteve em superávit graças à expressiva geração de empregos, e também criticou a condução do país por Jair Bolsonaro e seus aliados.
“Não só falta diálogo, como, também, o rumo do país me preocupa muito. Podem ter certeza que, infelizmente, este ano de 2019 vai ser muito pior do que anos anteriores. Venderam uma ideia de que a Reforma Trabalhista iria gerar 9 milhões de empregos e nós estamos vendo o resultado aí, os números de desempregados está aumentando. Essa Reforma da Previdência, se aprovada, terá consequências irreversíveis. No governo Lula, quando se pensava no emprego, no trabalhador, essa mesma previdência era superavitária”, lembrou o Senador.
Foto: Kelvin Maciel