A grande preocupação das economias mundiais era o impacto sobre o emprego e a manutenção da renda dos trabalhadores durante esse período de pandemia. No Brasil não foi diferente. Primeiro, o estado de São Paulo, entrou com uma ação solicitando a suspensão da dívida com a União para enfrentamento da Covid-19. Como a lei deve valer para todos, o Senado se encarregou de propor um programa envolvendo R$ 120 bilhões que se distribuíram entre suspensão de dívidas e ajuda direta do Tesouro Nacional. O governo estimou que 3 meses era o período no qual a atividade estaria voltando ao normal e agora fala sobre a prorrogação do apoio emergencial.
O erro gritante foi o crédito concedido ao tal “achamento da curva” de contágio que apontava o pico dos casos em abril, depois para maio e esse pico não foi observado na dimensão propagada pelo ex ministro da saúde, Mandetta. Lamentavelmente, as ações foram organizadas no escopo de que em junho haveria redução nos casos de contaminação e óbitos e nos estamos vendo, agora, que há uma redução nos casos e estamos testemunhando óbitos que poderiam ter sido evitados se a doença não fosse politizada.
Em meio a tudo isso surgiu uma notícia alentadora: o Brasil conseguiu gerar 131 mil empregos novos em julho, ou seja, o saldo líquido de demissões e admissões foi 131 mil. Pouco? Para um país do tamanho do Brasil, sem dúvida, mas diante de uma situação na qual a geração de emprego é lenta, isso parece um prêmio que chega numa boa hora. Se a gente for comparar a situação com a Argentina, por exemplo, vai observar que temos algumas vantagens. Aqui passamos os 110 mil óbitos enquanto lá, foi número foi muito baixo, devido a um confinamento rígido que dura mais de 150 dias e a situação econômica está beirando o desespero a ponto do governo em transformar comunicações em assunto de interesse nacional.
A difícil situação do país vizinho parece não ter nem começado, principalmente porque o número de casos de pacientes tende a crescer. Depois, empresas encerraram suas atividades e a queda na arrecadação chega num momento contrário ao aumento dos gastos do governo. Lá, inclusive com medidas de estatização de empresas, por exemplo. A realidade dos “hermanos” se parece com outras no mundo. E nesse cenário temos duas coisas a considerar, pelo menos dentro da nossa realidade: o apoio para recuperação de micros e pequenas empresas.
No Brasil as micros e pequenas empresas são responsáveis por, aproximadamente, 30% do PIB. Se formos olhar médias e grandes empresas, a gente vai ver que elas possuem uma capacidade maior de sobressair da crise, pelo tamanho de mercado que ocupam. Ademais, possuem uma capacidade de capital de giro e capital próprio bem que é significativa. No outro campo está o trabalhador que é especialista numa atividade que presta serviços como MEI e que precisa de renda para consumo e manutenção de seus dependentes. A eles, que se pavimente urgentemente as vias da recuperação.