Nos 12 dias d’A Feira da Feiras, que aconteceu de 9 a 20 de julho, no Pernambuco Centro de Convenções, circularam 340 mil pessoas; movimentação financeira foi de R$ 163 milhões
A 25ª Fenearte — Feira Nacional de Negócios do Artesanato superou os números recordes do ano passado, com 340 mil pessoas circulando durante os 12 dias da feira e uma movimentação econômica de R$ 163 milhões, o que notabiliza a edição como a Feira das Feiras. Realizada pelo Governo do Estado, através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco — Adepe, entre os dias 9 e 20 de julho, no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda, a 25ª Fenearte consolida e renova a sua importância para o artesanato não somente pernambucano, mas também do Brasil e da América Latina. A 26ª edição já tem data marcada: será de 8 a 19 de julho de 2026.
Com corredores lotados, programações concorridas e vendas que superaram todas as expectativas, o sucesso da 25ª Fenearte pode ser medido, ainda, por pesquisa realizada pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) nos 12 dias de feira. Entre os visitantes ouvidos, 99,1% aprovaram a edição de 2025; 21,4% estiveram na feira pela primeira vez — destes, mais de 96% afirmaram que a experiência atendeu ou superou o que esperavam. No total, 95,86% do público manifestou intenção de retornar no próximo ano e 99,62% recomendariam o evento a outras pessoas. Já entre os expositores, 98,1% demonstraram interesse em participar novamente em 2026.
“Em uma edição histórica, encerramos esta Fenearte com números que nos alegram e nos impulsionam a realizar uma feira maior e melhor a cada ano. Esta edição celebrou uma política pública consolidada que valoriza o artesanato, a cultura e a economia criativa. Os grandes números de público e de vendas que compartilhamos hoje são prova de que estamos no caminho certo: promovendo oportunidades, fortalecendo identidades e movimentando a economia”, detalhou a diretora-presidente da Adepe, Ana Luiza Ferreira.
A Fenearte encerrou a sua edição física, mas parte dela poderá ainda ser visitada, digitalmente, graças ao projeto Patrimônio PE Digital, desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti-PE). Pelo site Museus Digitais de Pernambuco – Visitação virtual dos museus de Pernambuco, é possível ver a fachada da 25ª edição e entrar na Alameda dos Mestres, numa experiência 360º, que passeia pelos estandes dos 63 mestres, mestras e famílias de mestres que já faleceram.
“A Fenearte é a mais importante política pública para o artesanato e para a economia criativa, pela dimensão que tomou ao longo desses 25 anos, e que continua a reafirmar. Mas, o Governo do Estado, através da Adepe, segue o ano todo realizando políticas de valorização e fomento ao artesanato e às artesãs e artesãos”, comenta Camila Bandeira, diretora-executiva da 25ª Fenearte e diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe.
OS NÚMEROS DA 25ª FENEARTE
A Feira das Feiras contou com cerca de 5 mil artesãos e empreendedores em aproximadamente 700 espaços de comercialização. Além dos mestres e das mestras e das artesãs e artesãos pernambucanos, participaram expositores de 25 estados mais o Distrito Federal, graças ao Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), política pública da Secretaria Nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual, do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Oitenta e seis prefeituras de municípios pernambucanos também marcaram presença, além de representantes de 30 países, regiões ou cidades do exterior.
PROGRAMAÇÃO
Foram ministradas 168 turmas de 14 práticas artesanais, ao longo da feira, atraindo 1,6 mil participantes. Na programação da Moda Fenearte, que se inspirou na Feira da Sulanca, o público assistiu a dez desfiles. Já na Cozinha Fenearte, que teve como tema “Casas de Farinha”, chefs e mestres farinheiros apresentaram 18 aulas de gastronomia, realizando preparos diante do público. As Conversas Instigantes, no Espaço Janete Costa, e os bate-papos do projeto Pernambuco Plural receberam um público ávido para ouvir e falar de artesanato e artes visuais, design e moda, arquitetura e decoração, sustentabilidade, música, literatura e tudo o que cabe no guarda-chuva do termo brasilidades.
A propósito, as aulas de gastronomia da Cozinha Fenearte e as Conversas Instigantes podem ser assistidas pelo canal da Fenearte no YouTube: youtube.com/@fenearte.
O Palco Pernambuco Meu País reuniu, a cada dia, atrações das mais diversas manifestações da nossa cultura popular, além de nomes da cena contemporânea da música pernambucana. Realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), da Secretaria de Cultura do Estado, foram 78 atrações. Além disso, as crianças e os adolescentes acolhidos pelo Fenearte Cidadania também contaram com programação durante os 12 dias. O projeto, executado em parceria com a Secretaria da Criança e Juventude do Estado, oferece atenção, recreação e alimentação aos filhos dos artesãos e profissionais ambulantes que trabalham na feira e em seu entorno.
O público pôde visitar seis exposições gratuitas, localizadas no Átrio Fenearte (à entrada da feira): o 20º Salão de Arte Popular Ana Holanda, o 18º Salão de Artes Sustentáveis (ex-Galeria de Reciclados), o 9º Salão de Arte Popular Religiosa e o 1º Salão Pernambuco Faz Design, realizados por meio de chamamentos públicos, que premiaram os mais bem avaliados por comissões julgadoras, conforme categorias e critérios estabelecidos para cada um. Além disso, foi realizada a mostra “Do Sertão ao Cais”, com trabalhos elaborados pelos artesãos que participaram das Jornadas Criativas do Programa Pernambuco Artesão, convênio do Governo do Estado, através da Adepe, com o Sebrae.
O Espaço Janete Costa, que há 23 anos conta com curadoria das arquitetas Bete Paes e Roberta Borsoi, mostrou novamente um projeto de interferência do artesanato na arquitetura. O público teve contato com convidados de diferentes parte do Brasil: as artesãs Dilma Terena e Ana Paula Polidorio, do povo Terena do Pantanal do Mato Grosso do Sul; o artesão Getúlio Damado, com seu filho Victor Damado, do Rio de Janeiro, e os abridores de letras Antônio Barata e Kekel, que integram o Instituto Letras Que Flutuam, dedicado à valorização da arte dos pintores de barcos ribeirinhos do Pará. Além de Dona Mariquinha, artesã de bonecas de pano conhecida na Feira de Caruaru.
ACESSIBILIDADE
Uma equipe composta por 22 audiodescritores e intérpretes de Libras atenderam, gratuitamente, 368 pessoas cegas, surdas ou neurodivergentes e seus acompanhantes em visitas guiadas durante a edição. A Fenearte também disponibilizou cadeiras de rodas para pessoas com mobilidade reduzida, falante de Libras na recepção e intérpretes nas Conversas Instigantes e aulas de gastronomia da Cozinha Fenearte.
SUSTENTABILIDADE
As ações de sustentabilidade implementadas pela Adepe e executadas pela Manifesto Ambiental e Verdiera pesaram 8,7 toneladas de resíduos recicláveis que foram triados pelas mulheres trabalhadoras da Cooperativa Ecovida Palha de Arroz. Com a renda obtida no trabalho durante a feira e com a posterior venda desse material, as cooperadas terão uma renda de mais de R$ 53 mil, concluindo um ciclo de sustentabilidade ambiental com real impacto social na geração de renda para mulheres. Além disso, 1,4 t de resíduo orgânico foi recolhido para compostagem e vai virar adubo. Com essas ações, a 25ª Fenearte deixou de emitir 28,9 t de CO², o que equivale à “atuação” de 202 árvores.