Em vários estados do Brasil já se ensaia a abertura da economia ainda de forma restrita e desagradando empresários da mesma forma que há quatro meses. Existe um receio crescente de aumento do casos de contaminação, fato já observado em algumas cidades da região Sul e do Sudeste do país. De fato, analisando os números desde o dia 28.02.2020, vai ser observar que somente 5 estados respondiam por 77,69% dos casos de contaminação e por 80% dos óbitos. Amazonas, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, se destacaram nestes dois quesitos aqui citados.
Para complicar ainda mais o cenário, as previsões realizadas por diversos institutos e, centros de pesquisas, pesquisadores, etc. Cansamos de ver o, então, ministro Mandetta afirmar que o pico seria em abril, depois passou a ser em maio, em junho e agora vemos a OMS afirmar que a América Latina ainda está longe de controlar a pandemia. Não vamos nem entrar no mérito científico para não alimentar ainda mais a insanidade de uma politização doentia em torno de um tema que está matando pessoas, mas vamos focar a questão da recuperação econômica que pode salvar empregos.
O governo adotou algumas medidas o sentido de minorar o impacto negativo da economia, dentre eles o programa emergencial. O prazo dos benefícios previstos na Medida Provisória 936, agora transformada em lei, consideraram a perspectiva de um retorno rápido e as contas do Tesouro Nacional que administra um déficit orçamentário histórico. Seria mais viável um planejamento para 4 meses ou até dezembro, observado os eventuais retornos setoriais, ia-se reduzindo tais benefícios.
A pandemia impôs uma forma de comportamento inesperado que mudou relações trabalhistas e comerciais. Quando a reforma trabalhista foi implantada, em 2017, havia a previsão de trabalho remoto. Agora, as empresas perceberam isso na prática e muito provavelmente vão fazer uso disso para redução de custos. Em termos comerciais, as vendas do e-comerc cresceram 18% a partir de março, portanto, isso implica numa nova ordem que vai mexer muito mais com empresas e empregos.
A tendência aponta para uma reformulação geral nas relações trabalhistas e, francamente, assusta o que virá tanto quanto a falta de uma vacina para a covid-19. A questão é que tudo isso que nós estamos vivendo é apenas um estágio do que se planeja. O ano de 2021, tende a ser uma nova era.