Cerca de 300 pessoas foram às ruas de Caruaru, na sexta-feira (03), para chamar a atenção para os atrasos recorrentes do repasse do cofinanciamento federal do SUAS (Sistema Único de Assistência Social). Os manifestantes eram servidores e usuários de serviços socioassistenciais do município, que junto com a população ocuparam as principais avenidas do centro de roupas pretas, com cartazes, apitos e tambores.
“Caruaru se coloca hoje contra o desmonte das políticas socioassistenciais que está acontecendo em todo o Brasil. O que a gente vê é uma verdadeira preocupação com todas as prefeituras à beira de terem suas políticas de assistência fechadas. Sem elas não há educação, saúde, e não há cidadania em espaço nenhum, por isso as pessoas têm que conhecer o risco que é o fim dessa política que vai afetar, inclusive, o aumento considerável da violência”, destacou a secretária da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, Perpétua Dantas.
O Governo Federal deve para Caruaru mais de R$ 3,5 milhões em parcelas do cofinanciamento vencidas desde o ano passado, mas os serviços estão se mantendo com recursos próprios do município. Entre os serviços que podem ser prejudicados na cidade sem o repasse do confinamento estão os dez CRAS em funcionamento (cinco rurais e cinco urbanos), os dois CREAS, além de outros 25 equipamentos voltados para os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e os Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos onde funcionam as oficinas e intervenções culturais.
Além deles, também ficam prejudicados o Cadastro Único (CadÚnico) que faz atendimentos como BPC, Bolsa Família, os benefícios eventuais como Auxílio Funeral, Aluguel Social, e também o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua de Caruaru (Centro Pop), a Casa de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias em Situação de Rua (Albergue Municipal), as cinco casas de acolhimento institucional que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, entre muitos outros serviços.
Para a presidente do Conselho Municipal de Assistência Social de Caruaru, Cristiane Gondim, o movimento pela manutenção e fortalecimento do Suas deve ser uma luta de toda a população. “A assistência social é muito mais do que um benefício, uma casa aberta. É um direito da população, da criança e do adolescente, das pessoas com deficiência, dos idosos, e se a gente consegue manter a política, a gente mantém a legislação e a continuidade de todos os nossos serviços”, destacou.
O Suas beneficia os serviços socioassistenciais de todos os municípios brasileiros. A pauta do protesto foi sugerida pelo Congemas (Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social), responsável pela atividade dos gestores da assistência, que orienta a aplicação das políticas públicas nos municípios e promoveu o primeiro ato no Salão Nobre na Câmara dos Deputados, em Brasília, no último dia 16 de abril, onde reuniu gestores de todo o país, entre eles, a secretária Perpétua Dantas.