quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Trabalhadores autônomos somam 24 milhões no país, diz IBGE

O número é 1,4% superior ao registrado no trimestre encerrado em fevereiro deste ano (mais 322 mil pessoas) e 5,1% maior do que o observado no trimestre finalizado em maio de 2018 (mais 1,17 milhão de pessoas).

O contingente de trabalhadores autônomos no Brasil é recorde da série histórica, iniciada em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento desses trabalhadores contribuiu para o aumento da população ocupada como um todo, que ficou em 92,9 milhões de pessoas, 1,2% superior (mais 1,07 milhões de pessoas) ao trimestre anterior e 2,6% a mais (2,36 milhões de pessoas a mais) do que no trimestre encerrado em maio do ano passado.

A taxa de desemprego ficou em 12,3%, abaixo dos 12,4% de fevereiro e dos 12,7% de maio de 2018.

Outro segmento que puxou o crescimento da população ocupada foi o de empregados sem carteira assinada. No trimestre encerrado em maio deste ano, eles somaram 11,4 milhões de pessoas, crescendo em ambas comparações temporais: 2,8% (mais 309 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 3,4% (mais 372 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2018.

O número de empregados no setor privado com carteira assinada (exclusive trabalhadores domésticos) foi 33,2 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre anterior e subindo 1,6% (mais 521 mil pessoas) frente a maio de 2018.

O rendimento médio real habitual do trabalhador ficou em R$ 2.289, uma queda de 1,5% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro deste ano, mas estável na comparação com maio de 2018. A massa de rendimento real habitual chegou a R$ 207,5 bilhões, estável em relação a fevereiro, mas 2,4% superior a maio do ano passado.

Subutilização

A população fora da força de trabalho (64,7 milhões de pessoas) caiu 1,2% em relação a fevereiro, mas permaneceu estável em relação a maio de 2018.

A população subutilizada, isto é, aquelas pessoas que estão desempregados, que trabalham menos do que poderiam, que não procuraram emprego mas estavam disponíveis para trabalhar ou que procuraram emprego mas não estavam disponíveis para a vaga, mais uma vez é recorde para a série histórica.

O contingente dessa população chegou a 28,5 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio deste ano, 2,7% a mais do que em fevereiro deste ano e 3,9% a mais do que em maio do ano passado. “As pessoas estão trabalhando, mas mais de 60% manifestam uma vontade de trabalhar mais e essa vontade não está sendo atendida. O mercado não absorve essa pressão”, disse a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy.

A taxa de subutilização ficou em 25%, superior aos 24,6% de fevereiro e de maio do ano passado. O número de pessoas desalentadas, isto é, aquelas que que desistiram de procurar emprego, ficou estável (em ambas comparações temporais) em 4,9 milhões, também um patamar recorde na série histórica.

Por Vitor Abdala – Repórter da Agencia Brasil
Foto: Eltiempo.com

Países que permitem união homoafetiva mais que triplicaram em 10 anos

Desde que lésbicas, gays, bissexuais e transexuais reagiram à violência da polícia de Nova York contra o bar Stonewall Inn e protestaram por direitos civis – movimento que completa 50 anos hoje (28) – nenhuma década teve avanço tão rápido nos direitos homoafetivos no mundo quanto os últimos 10 anos. Dos 54 países que permitem casamentos ou uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, 39 implementaram a mudança entre 2009 e 2019, período em que o reconhecimento das uniões homoafetivas mais do que triplicou no mundo.

A Associação Internacional de Gays, Lésbicas Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (Ilga) contabilizava em 2009 sete países que permitiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo (Bélgica, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Canadá e África do Sul) e oito (Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Islândia, Suíça, Reino Unido, Nova Zelândia e Colômbia), a união civil, com todos ou praticamente todos os direitos do casamento.

No levantamento de 2019, divulgado em maio, já chegava a 26 o número de países que permitia o casamento civil e a 27 os que previam união civil. A lista cresceu este mês com a aprovação do casamento homoafetivo pelo Equador.

Diretor da Ilga no Brasil, Beto de Jesus lembra que o resultado dos últimos dez anos é fruto de décadas da luta LGBTI, que teve em Stonewall um de seus primeiros marcos históricos.

“Esses dez anos que a gente tem colhido foram frutos dos 40 anos plantados”, comemora ele, que se considera otimista. “É um caminho sem volta. Por mais gente violenta que a gente veja, já vemos uma geração ou duas com pessoas criadas com a diversidade e ensinadas a respeitar as diferenças”.

O avanço dos direitos homoafetivos se deu principalmente nas Américas e na Europa, continentes em que grande parte dos países já possibilita casamentos ou uniões entre pessoas do mesmo sexo. Outras regiões entraram na lista como a Austrália, Taiwan e Israel. Na África, a África do Sul continua a ser a única nação que permite uniões civis homoafetivas.

Para o diretor da Ilga, houve uma irradiação de políticas implementadas pelos países pioneiros, que foi fortalecida nos últimos dez anos com as facilidades criadas pela internet, permitindo a troca de experiências bem-sucedidas por ativistas e políticos de diversas nacionalidades. “Tem um efeito de indução. Quando você começa a perceber que é possível acontecer, pensa por que não aqui. Isso falando das democracias”, diz Beto de Jesus, lembrando que muitos dos primeiros países a aprovarem o casamento homoafetivo ou a união civil já serviam de exemplo de políticas públicas em outras áreas.

“Não posso ficar lutando para que gays só tenham acesso ao casamento, se não tiver casa, escola, saúde. A gente não quer ter só direito de beijar na boca, quer ter direito a um sistema público de saúde que me atenda, a uma escola em que meus filhos possam frequentar sem ser discriminados. A vida da gente é igual à de qualquer cidadão”.

A comparação entre os relatórios da Ilga de 2009 e 2019 mostra ainda que o número de países que permitem a adoção por casais homoafetivos saltou de 10 para 27, lista que também inclui principalmente países das Américas e Europa – com as exceções da Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e de Israel.

Entre 2009 e 2019, cresceu ainda o número de países que tipificaram crimes de ódio contra LGBTI, de 17 para 42, além de haver mais países que consideram ilegal incitar o ódio LGBTfóbico, grupo que aumentou de 17 para 39. Discriminar LGBTs no trabalho também já é ilegal em 73 países, número bem maior que os 48 que eram contabilizados em 2009.

O Brasil entrou recentemente na lista de países que criminalizam a LGBTfobia, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, do último dia 13, que equiparou a discriminação a LGBTs ao crime de racismo. Autor da ação protocolada pelo PPS que foi a julgamento no Supremo, o advogado Paulo Iotti conta que experiências de outros países fizeram parte do processo de fundamentação da ação, que levou à decisão na corte brasileira. “Nas ações, eu cito leis de outros países, que criminalizaram a homotransfobia por intermédio da inclusão das expressões “orientação sexual” e “identidade de gênero” nas suas Leis de Crimes de Ódio. Nossa Lei Antirracismo é equivalente a elas. Citei também decisões de tribunais internacionais (Corte Europeia de Direitos Humanos e Tribunais de outros países) mantendo condenações criminais homotransfóbicas, como compatíveis com os direitos humanos”, explica.

Iotti criticou a omissão do Congresso Nacional no que diz respeito à proteção da população LGBT, o que também foi apontado pelos magistrados da Suprema Corte. “É lamentável que o Congresso Nacional ainda não tenha se dignado e reconhecer a plena humanidade, dignidade e cidadania da população LGBTI+, já que nunca aprovou uma lei protetiva de nossa comunidade”, afirma ele, que também atuou nas ações que levaram à aprovação do casamento homoafetivo e à permissão para que transexuais mudem seu nome na carteira de identidade. “O Judiciário faz parte da democracia, que não se limita a maiorias. Democracia não é ditadura da maioria, mas regime político que respeita direitos básicos de todas e todos, mesmo que minorias, direitos esses fixados na Constituição e tratados internacionais de direitos humanos”.

Pena de morte e prisão perpétua

Se em 54 países os homossexuais e bissexuais já podem ter suas relações reconhecidas legalmente, em 68 ter relacionamentos homoafetivos ainda é considerado crime. Apesar de esse número ter caído em relação a 2009, quando 80 países criminalizavam pessoas que se relacionassem com o mesmo sexo, a lista inclui nações que preveem pena de morte e prisão perpétua para homossexuais, como o Sudão, a Arábia Saudita, o Irã e Paquistão.

Beto de Jesus destaca que regimes menos democráticos, combinados com a mistura entre fundamentalismo religioso e Estado, continuam a ser os principais entraves ao avanço dos direitos LGBT na Ásia e na África.

“Tem um forte apelo pela questão da Sharia [Lei Islâmica] na maioria desses países. É uma coisa que a gente precisa levar em consideração. Quando o Estado usa do aparato da religião e se mistura a ele, fica muito mais complicado, muito mais difícil”.

Por Vinicius Lisboa – Repórter da Agência Brasil
Foto: Nacho Doce/Reuters /Direitos Res

COLUNA ESPLANADA – SEXTA-FEIRA

Brasília, Sexta-feira, 28 de Junho de 2019 – nº 2.528

 

Polícia no laranjal

A prisão do assessor especial Mateus Von Rondon reforçou a pressão para que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro (PSL), partido do presidente Jair Bolsonaro, peça demissão para evitar desgaste ao Governo. Foram presos, também, Roberto Soares, um dos coordenadores da campanha de Álvaro, e um ex-assessor dele na Câmara Federal, Haissander Souza de Paula. Parlamentares do próprio PSL e de partidos aliados afirmam, em conversas reservadas, que um pedido de demissão ou afastmento do ministro representaria “saída honrosa”. Além de Minas Gerais, as investigações da PF e do MPF sobre o laranjal do PSL avançam no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Mão firme

O que se sabe na alta roda é que Bolsonaro tem dívida pessoal com o agora ministro: foi Marcelo Álvaro um dos que salvou sua vida logo após o atentado de Juiz de Fora.

Agora é contigo

Álvaro é como aquele soldado que carrega o amigo ferido de morte no front campo de batalha, com todos os riscos. Bolsonaro é fiel a esse pensamento. Mas a paciência se foi.

Oi!..

Apareceu esbaforido no Ministério dos Direitos Humanos o ex-deputado federal Tildeu Santiago (PT), também ex-embaixador do Brasil em Cuba no Governo Lula.

..e tchau!

Tilden quis saber qual era o protocolo dele na Comissão da Anistia. Causou estranheza aos servidores que, em 16 anos do PT no Governo, ele não sabe disso.

Oposição x Moro

A oposição na Câmara Federal decidiu protocolar requerimentos de convocação do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em várias comissões para driblar a blindagem dos deputados aliados do Governo.

Foi à CIA?

O vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), espera que Moro seja ouvido em audiência pública conjunta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O parlamentar questiona o real motivo de uma viagem ‘de última hora’ de Moro aos EUA nesta semana supostamente para visitas à CIA. Te cuida, Glenn do The Intercept.

Lama abaixo 1

A CPI que apura as causas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) vai propor o aumento da tributação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral de 3,5% para 10% sobre o faturamento bruto das empresas. A proposta consta no relatório final da comissão que deverá ser votado até o dia 9 de julho.

Lama abaixo 2

O texto, de mais de 300 páginas, pedirá o indiciamento de pelo menos 14 pessoas por vários crimes – como omissão e homicídio culposo dos envolvidos -, além de recomendar em R$ 10 bilhões o valor de indenizações a estados e municípios.

Famosa Lista

O veto à proposta de lista tríplice para diretoria de agências reguladoras, anunciado pelo presidente Bolsonaro, não deverá mudar a “essência” do marco regulatório aprovado pelo Senado em maio. A expectativa é do vice-presidente da União Nacional dos Servidores das Agências Reguladoras, Tiago Botelho.

Argumentos

À Coluna, o dirigente pontua que a proposta que está na mesa dele (Bolsonaro) não tem o condão de retirar prerrogativas do presidente: “A questão da lista tríplice é desejável, por fazer filtro prévio ao presidente. Se por acaso vier veto nesse sentido, mas forem mantidos critérios mais objetivos para indicação dos futuros diretores, será excelente”.

Dona Renata

Ventila-se no Palácio das Princesas o nome da ex-primeira dama de Pernambuco Renata Campos para conselheira no Tribunal de Contas do Estado. A vaga foi aberta com a morte do conselheiro João Campos, vítima de infarto no sábado.

Anatel recebe sugestões do Idec para coibir telemarketing indesejado

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) apresentou ontem (27), ao Comitê de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), um conjunto de recomendações visando a coibir ligações indesejadas de telemarketing. Uma das sugestões é a obrigatoriedade de consentimento expresso do consumidor para receber ofertas de empresas.

Sem esse tipo de autorização, as empresas não poderão apresentar ao consumidor seus produtos e serviços por meio de ligações telefônicas. Nos casos em que a autorização for dada, as ligações só poderão ser feitas em horário restrito, das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira, exceto nos feriados.

O comitê é um foro que se reúne quatro vezes ao ano e tem, entre seus objetivos, avaliar a prestação dos serviços de telecomunicações do ponto de vista de seus usuários, na busca por sugestões de ações que visem à melhoria dos serviços prestados pelo setor.

Outro ponto ressaltado pelo Idec, no caso em que o telemarketing foi autorizado, é o de não se poder fazer mais do que duas tentativas de ligações por dia, mesmo que as chamadas não tenham sido atendidas ou tenham sido recusadas. Além disso, se o contato for efetivado, tanto por telefone como por mensagem eletrônica, a nova tentativa só poderá ser feita depois de seis meses.

“É insuficiente a determinação da Anatel para que as empresas de telecomunicação criem, até julho, uma lista nacional de clientes que não querem receber chamadas de telemarketing com ofertas de serviços de telefonia e internet”, diz o Idec.

De acordo com a proposta apresentada à Anatel, a cada ligação feita, automatizada ou não, o consumidor deve ter possibilidade de cancelar a autorização concedida. Por fim, a autorização poderá ser revogada a qualquer momento, por meio do serviço de atendimento ao consumidor, da ouvidoria, ou por envio de mensagem eletrônica.

Outra sugestão do Idec é vedar ligações automatizadas simultâneas para vários consumidores, ligações de números não identificados, e o uso de números alternativos em caso de bloqueio pelo usuário do número identificado na primeira chamada. Também será proibido telemarketing dirigido a idosos e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Desde o ano passado, a Anatel estuda meios de reduzir a quantidade de chamadas telefônicas com o intuito de vender serviços de telecomunicações. A agência já incluiu, na revisão do Regulamento Geral dos Direitos dos Consumidores (RGC), a discussão sobre regras para mitigar o problema.

Tendo como base uma pesquisa da Secretaria Nacional do Consumidor, o Idec informa que 92,5% dos entrevistados afirmaram ter recebido ligações desse tipo; e 55,6% responderam não ter conseguido identificar o autor das ligações. Ainda segundo o levantamento 85,6% dos consultados disseram que as ligações caem após serem atendidas.

De acordo com a Anatel, antes de as novas regras serem aprovadas, serão submetidas a consulta pública em que todos os cidadãos brasileiros, empresas e entidades da sociedade civil terão oportunidade de encaminhar sugestões.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Foto: Senado Federal

COLUNA ESPLANADA

Brasília, Quinta-feira, 27 de Junho de 2019 – nº 2.527

De$travamento

No esforço para manter investidores com planos para o Brasil no segundo semestre, para geração de renda e emprego, parlamentares que integram a comissão especial da reforma da Previdência mantêm diálogo com analistas do mercado financeiro. Apesar da queda na expectativa de economia, abaixo do R$ 1 trilhão previsto pela equipe econômica, investidores estão otimistas e apostam na aprovação do texto na Câmara Federal antes do recesso parlamentar. Nos últimos dias, o presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), proferiu palestras e se encontrou com representantes do Santander, Bradesco e Itaú. O parlamentar repetiu aos investidores que o calendário segue “estritamente dentro do prazo”, e que trabalha para a aprovação.

Mantra

O mesmo mantra é repetido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, aos amigos da alta do mercado. E complementa: Outras medidas de avanços virão após a reforma.

Nem Ciro salva

Um ex-senador do DF se recusa a pagar o débito com servidores que trabalharam na sua campanha de 2018. Depressivo após o calote, um dos funcionários foi parar no SPC.

Elas, Progressistas

Uma advogada, ex-namorada do presidente Dias Toffoli e também do deputado Dudu da Fonte, e uma conhecida ex-chefe de gabinete de outro ministro do STF, abrem portas para o deputado e o senador Ciro Nogueira na Corte. Os dois chefões do Progressistas são alvos da Lava Jato.

Asa Branca 1

A suspeita de autoridades militares do Governo e da Polícia Federal é que o oficial da FAB preso com 39 quilos de cocaína no avião presidencial nº 2, o que transporta staff de apoio ao presidente Bolsonaro, é apenas um entre outros oficiais que servem de mula. O caso pode expor um esquema de anos e envolveria mais gente graúda.

Asa Branca 2

Secretário de Relações Internacionais da Câmara, o deputado Alex Manente (Cidadania-SP) protocolou dois requerimentos no Ministério da Defesa e no GSI da Presidência exigindo detalhes sobre prisão do militar da FAB flagrado com a droga.

 

Asa Branca 3

No documento, o parlamentar solicita dados sobre o procedimento de embarque do militar na aeronave oficial, ainda em território brasileiro. “A quais procedimentos de inspeção e segurança foi submetido o referido militar e demais integrantes da comitiva presidencial antes de embarcar nas aeronaves da FAB?”, indaga.

Te cuida, Glenn

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, voltou hoje ao Brasil após passar dois dias nos Estados Unidos em agenda não divulgada. Teria ido a escritórios da CIA e FBI.

Bandidagem agradece

Aliás, o carnaval de expectativas criado pelo site The Intercept sobre os diálogos de Moro e Dallagnol viraram bloquinho de beco. Fato mesmo é que a bandidagem que atua em parte do Congresso aproveita para tentar minar o pacote de medidas anticrime.

Recondução?

A possível recondução da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é vista com críticas por auxiliares próximos do presidente Bolsonaro. Isso porque, nos últimos meses, o Ministério Público Federal, comandado pela procuradora, se posicionou contra decretos e temas considerados “relevantes” para o Planalto.

Histórico..

Recentemente, Dodge elogiou decisões tomadas pelo STF sobre a criminalização da homofobia e a suspensão parcial de um decreto de Bolsonaro que extinguia todos os colegiados ligados à administração pública federal, como os conselhos e comitês em que há participação da sociedade civil. O que não foi bem recebido pelo presidente.

..de embates

Em maio, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF, também elaborou nota técnica na qual apontou como inconstitucional o decreto sobre armas – revogado anteontem por Bolsonaro.

Bons ventos

Os bons ventos que a Bahia dá ao Brasil merecem divulgação. Após a ‘depressão pós parto’ dos Jogos do Rio, vem de Salvador a boa nova: o comodoro Marcelo Sacramento, do Yacht Clube, anuncia amanhã o Campeonato Mundial da Vela Jovem para dezembro de 2020.

São João de Sanharó encerra com festa na cidade e zona rural

Uma das festas mais animadas desta época do ano na região, o São João de Sanharó encerra neste final de semana com programação na cidade e no distritos de Jenipapo e Mulungu. A festa começa nesta sexta-feira (28), em Jenipapo, com apresentações de Tatah e Camila, e Lulinha Vaqueiro. No sábado (29), a programação acontece no Palhoção, com apresentações culturais e forró pé de serra, e no palco principal, onde haverá shows de Wallas Arrais, Priscila Senna (Musa) e Lulinha Vaqueiro. Os festejos juninos em Sanharó encerram no domingo (30), em Mulungu, onde se apresentam Nanara Bello e Santa Dose.

Mais uma vez estamos descentralizando a festa e levando animação também para a zona rural. É um compromisso da nossa gestão valorizar essas comunidades, em todos os aspectos, inclusive o cultural”, diz o prefeito Heraldo Oliveira. Este ano, o evento celebra a cultura nordestina, com o tema “É festa de São João em Sanharó: Nordeste em verso e forró” e homenageia os aboiadores, cordelistas e poetas.

Localizado a 196 km de Recife, Sanharó conta com mais de 25 mil habitantes e se destaca economicamente pela produção de queijo e leite. O turismo também é importante no município, famoso pela realização de vaquejadas. O nome Sanharó veio de uma espécie de abelha negra existente neste local, denominada sanharó, que em vocábulo indígena significa zangado ou excitado.

Prefeitura de Caruaru realiza II Noite Junina das Mulheres

No próximo domingo (30), o São João de Caruaru abre espaço para a II Noite Junina das Mulheres. O evento será das 20h às 22h no Polo dos Brincantes, da Estação Ferroviária, com acesso gratuito para o público, onde onze cantoras irão se apresentar com o acompanhamento da Banda As Fulô. A realizado é da Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) em parceria com a Fundação de Cultura e Turismo.

Passarão pelo palco: Marlene do Forró; Genilsa do Acordeon; Adelma Costa; Elida Mendonça; Flávia Sanfoneira; Adelma Rosa; Edilene Lira; Leonora Moreno; Renilda Cardoso; Joana Angélica e Thaise Dias (vencedora do Concurso Vem Cantar Forró 2019, da TV Asa Branca). O show será organizado em dois blocos de cinco cantoras com apresentações individuais e em grupos. A última música será com todas as artistas no palco.

“O evento foi criado com o objetivo de ressaltar a importância das artistas femininas de Caruaru e tem o intuito de fortalecer e valorizar a mulher na cultura ao destacar a trajetória dessas cantoras que contribuem de forma significativa para a cena musical local”, destacou a secretária da SPM, Juliana Gouveia.

A primeira edição do evento foi realizada em 29 de junho de 2018, no dia de São Pedro. Na última segunda-feira (24), dia de São João, foi promovida a primeira intervenção cultural feminina no São João de Caruaru 2019: a noite protagonizada por mulheres no Polo Azulão, por onde passaram as cantoras Kira Aderne e a Banda Diablo Angel, Rogéria, Gabi da Pele Preta e Mariana Aydar.

O Departamento de Feiras e Mercados informa que as feiras do Parque 18 de maio e as feiras de bairro, irão acontecer normalmente, no dia 29 de junho.

O Comércio de Caruaru poderá funcionar normalmente no sábado (29), véspera de São Pedro, feriado municipal. A decisão foi oficializada em reunião nesta terça-feira (25).

No entanto, os lojistas terão que enviar relação dos funcionários que irão trabalhar para o Sindloja e Sindecc até esta quarta-feira (26). As empresas terão que cumprir as normas estabelecidas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Caso não cumpram, poderão ser multadas.

De acordo com o presidente do Sindloja, Manoel Santos, houve negociação entre os sindicatos para a abertura do comércio e também foi solicitada à Prefeitura de Caruaru para não antecipar a feira livre do Parque 18 de Maio, que será mantida no sábado.

O secretário Extraordinário da Feira de Caruaru, José Pereira, que participou da reunião disse que é importante o funcionamento do comércio e da feira no Dia de São Pedro, pois a cidade segue com bastante movimento com as festas juninas.

Fonte: Prefeitura de Caruaru e Rádio
Foto: Tribuna do Agreste PE

“Cada tiro é um trovão” no reino azul dos bacamarteiros de Caruaru

Eles já reinaram absolutos no alto do Monte Bom Jesus estremecendo as pedras com tiros ensurdecedores, anunciando junho a todos os caruaruenses. Bravos guerreiros que ajudaram a moldar a identidade cultural dessa terra e que merecem todo o nosso respeito. Saudando, in memoriam, o Capitão Eliel Azevedo, o Major Emídio do Ouro e o Mestre Cassimiro Pedro, com os quais convivi.

Sobre o Major Emídio do Ouro – Foi comandante do célebre “Batalhão 333”, fundado em 1857, em Caruaru. Nasceu no município de Bonito, em 17 de abril de 1905, vindo residir em Caruaru no ano de 1927. Aqui se estabeleceu como ourives e comerciante de joias, antiguidades e bacamartes, tendo possuído banca em lugar de destaque na Feira de Caruaru.

Iniciou suas atividades como bacamarteiro aos 17 anos e era um apaixonado por Caruaru e suas tradições. Era torcedor do Central Sport Club e colaborou na construção do estádio do time de coração.Foi durante anos, “comandante em chefe” dos bacamarteiros de Caruaru, quando chegou a coordenar mais de 50 batalhões e cerca de 800 atiradores, no ano de 1967, como revelou em depoimento ao escritor Olímpio Bonald Neto. Essa função foi iniciada a partir de 1954, quando substituiu o capitão Eliel Alves de Azevedo.

Possuía forte personalidade, mantendo os atiradores sob seu comando com rígida disciplina e hierarquia, tendo recebido das autoridades militares locais, em 1960, a patente de Major e autorização em caráter excepcional, para transportar o salitre do Chile.

Faleceu em Caruaru no dia 20 de abril de 1980, aos 85 anos.Um viva também ao escritor Olímpio Bonald Neto, que no seu antológico livro “Bacamarte, pólvora e povo”, registrou a importância dessas figuras para o nosso universo cultural.

Varejo eleva, em 10 anos, representatividade no comércio

O varejo respondeu por 45,5% da receita operacional líquida de R$ 3,4 trilhões do comércio nacional em 2017, contra 44,6% do setor atacadista e 9,9% do comércio de veículos, peças e motocicletas.

Segundo o técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, Jordano Rocha, o aumento da participação do varejo ocorreu devido à diminuição da participação do segmento de veículos, peças e motocicletas.

Analisando os últimos dez anos, observa-se que o comércio varejista subiu de uma participação na receita operacional líquida de 39,6% em 2008 para 45,5% em 2017, enquanto o comércio de veículos caiu de 16% para 9,9%.

O atacado manteve-se praticamente estável. Em 2008, ele participava com 44,4% e subiu para 44,6%. A receita operacional líquida é obtida reduzindo-se da receita bruta as deduções relativas às vendas canceladas, descontos, abatimentos, impostos e contribuições, que somaram R$ 384,5 bilhões em 2017.

A pesquisa revela, ainda, que 1,5 milhão de empresas registradas no país em 2017, englobando 1,7 milhão de unidades locais comerciais, registraram receita bruta de R$ 3,8 trilhões, sendo R$ 1,7 trilhão auferido pelo varejo e atacado cada, e R$ 360,6 bilhões pelo comércio de veículos, peças e motocicletas.

O setor do comércio ocupou 10,2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 226,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O valor adicionado bruto obtido pela atividade comercial atingiu R$ 583,7 bilhões em 2017.

Variações

As principais variações de aumento na receita operacional líquida foram observadas em hipermercados e supermercados (2,7 pontos percentuais), passando de 9,8% para 12,5% em dez anos; no comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados (2,6 pontos percentuais), de 2,2% para 4,8%; e no comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1 pontos percentuais), de 6,3% para 8,4%.

No sentido inverso, as principais quedas da receita operacional líquida foram sentidas no comércio de veículos automotores (- 5,5 pontos percentuais), de 11,6% para 6,1%; no comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (-1,4 ponto percentual), de 12,7% para 11,3%; e no comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (-0,8 ponto percentual), de 4,5% para 3,7%.

Emprego

De acordo com a pesquisa, a maior parte, ou o equivalente a 74,3%, das 10,2 milhões de pessoas empregadas em 31 de dezembro daquele ano foram registradas no comércio varejista; 17% no comércio por atacado; e 8,7% no comércio de veículos, peças e motocicletas.

“Em emprego, não houve grandes mudanças na participação de cada segmento de 2008 para 2017. O varejo continua sendo o segmento que mais empregava, entre esses três. Em 2017, ocupava cerca de três quartos do pessoal ocupado em comércio”, disse Rocha.

Em 2008, o varejo tinha 72% do pessoal ocupado; o atacado, 17,5%; e o comércio de veículos, peças e motocicletas, 10,6%. “Na participação do emprego, não houve grandes mudanças”, disse.

Salários

O levantamento indica também que as empresas  pagaram, em 2017, salário médio mensal de 1,8 salário mínimo, mostrando estabilidade em comparação a 2008 (1,9 salário mínimo/mês). Já a divisão por grupos de atividades revela variações significativas.

Jordano Rocha informou que essa queda de 1,9 para 1,8 salário mínimo foi puxada pelo salário do comércio de veículos, peças e motocicletas que, em 2008, era de 2,3 salários mínimos e passou para 2 salários mínimos mensais, em 2017.

Os principais indicadores de emprego das empresas comerciais sinalizam que a média de pessoas ocupadas em 2008 e 2017 permaneceu a mesma no comércio por atacado (9) e no comércio de veículos, peças e motocicletas (6), enquanto no comércio varejista houve acréscimo de uma pessoa, passando de uma média de cinco pessoas ocupadas, para seis por empresa.

Análise regional

O salário médio mensal das empresas comerciais brasileiras foi de 1,8 salário mínimo em 2017. As regiões Sudeste e Sul apresentaram salários médios mensais acima da média (2 e 1,9 salário mínimo, respectivamente). Por outro lado, pagaram salários inferiores à média nacional as regiões Norte e Centro-Oeste (1,7 salário mínimo/mês, cada); e Nordeste, (1,4 salário mínimo).

Jordano Rocha disse que as posições, em termos das grandes regiões, permaneceram constantes entre 2008 e 2017. “A gente vê que o Sudeste, para todas as variáveis expostas, tem a maior participação, seguida pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte”. Destacou, porém, que embora não tenha havido mudança na posição de representatividade, ocorreu uma pequena desconcentração, já que o Sudeste teve redução na participação.

salário médio mensal das empresas comerciais brasileiras foi de 1,8 salário mínimo em 2017

Em termos de pessoal ocupado, por exemplo, o Sudeste reduziu sua participação de 52,7% em 2008, para 51,2% em 2017. Já as regiões Norte, Sul e Nordeste registraram elevação, passando de 3% para 3,1%, de 19,8% para 19,9%, e de 16,1% para 17,4%, respectivamente. O Centro-Oeste ficou estável no período de dez anos, com participação no pessoal ocupado de 8,4%.

Receita bruta

A avaliação da participação da receita bruta de revenda das unidades da Federação nas grandes regiões brasileiras evidencia que o Pará teve a maior participação no Norte do país em 2017 (38%), contra 34,9%, em 2008. Já o Amazonas caiu de 33,6% para 25,6%. No total, o Norte do Brasil aumentou sua participação na receita bruta de revenda de 3,5% para 3,7%, em dez anos.

No Nordeste, três estados mostraram as maiores participações da receita bruta de revenda da região, sendo que a Bahia caiu de 30,3% em 2008 para 26,8%;  Pernambuco e Ceará tiveram expansão de 18,4% para 20,9%; e de 15,3% para 16%, respectivamente.

Nessa variável, a Região Nordeste elevou sua participação em dez anos de 14,3% para 15,7%. Os três estados nordestinos representaram 63,7% da receita bruta de revenda em 2017. Em 2008, 64%.

Já o Sudeste é caracterizado pela concentração no estado de São Paulo. Em 2017, ele representava 61,4% do total da receita bruta de revenda. Em 2008, tinha 62,4% da revenda. Outro destaque é Minas Gerais, que tinha 17,6% em 2008, e passou para 19,1%, em 2017. No Sudeste, observa-se queda na participação da receita bruta de revenda: de 53,1% para 50,5% na década encerrada em 2017.

Na Região Sul, os três estados têm participação mais uniforme, da ordem de um terço cada um para cima ou para baixo. Em Santa Catarina, foi apurada expansão de participação na variável, que passou de 24,7% para 27,6%. No Paraná, caiu de 38,9% para 37,8%, e no Rio Grande do Sul, de 36,4% para 34,6%. No Sul como um todo, a participação na receita bruta de revenda recuou de 20,3% para 20%.

No Centro-Oeste, o destaque ficou com Mato Grosso e Goiás que, juntos, representaram 67,6% da receita bruta de revenda em 2017, contra 61,5% em 2008. Mato Grosso passou de uma participação de 25,1% para 32,4%. “Aumento de 7,1 pontos percentuais”, ressaltou Rocha.

 

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil/EBC