Dentre as muitas riquezas artísticas e culturais que temos em nossa região, uma que se destaca é o parque das Esculturas Nilo Coelho que, em uma extensão de 60 hectares, retrata a vida cotidiana do nordestino. Ao todo são 37 peças, divididas em 9 setores, demonstrando a rotina do nordestino – sua religião, música, história, atividades sociais e afazeres domésticos.
Localizado próximo ao teatro de Nova Jerusalém o parque, fundado em 1985, teve o nome escolhido em referência ao seu idealizador, Nilo de Souza Coelho, governador de Pernambuco entre 1967 e 1971. A primeira peça foi confeccionada em 08 de Dezembro de 1978. Sob o comando de José Faustino da Costa cerca de catorze artistas trabalharam na produção das belíssimas obras.
As esculturas medem entre 2 e 7 metros, chegando a pesar de 7 a 15 toneladas, com tempo de produção médio de três meses. Foram esculpidas em rochas de granito, oriundas do resfriamento do magma da crosta terrestre. Esse tipo de rocha tem uma particularidade – absorve a temperatura ambiente por um determinado período de tempo. Dessa forma, o parque aliou a arte com o meio ambiente, aproveitando os recursos naturais incorporados ao bioma caatinga.
SETOR 1 – AFAZERES DOMÉSTICOS E O TRABALHO RURAL
A mulher do pilão

Primeira obra erguida, o pilão é utilizado deste a antiguidade. Inicialmente feito em um tronco de madeira com um buraco no meio tem por finalidade triturar alimentos como milho, paçoca, café etc.
A mulher com o pote

A obra “Mulher com o pote” faz referência à escassez de água em nossa região.
Lavadeira

Aquelas mulheres que ficavam na beira dos rios lavando as roupas.
Rendeira

A renda é um tecido delicado e, na sua fabricação utiliza-se o bilro, objeto retratado na peça. Esse instrumento é proveniente da Europa e chegou ao Brasil em 1700. Pesqueira tornou-se uma cidade referência na produção desse material em nosso estado.
Louceira

Em Caruaru temos o Alto do Moura, local de produção de vários utensílios domésticos.
Mulher raspando o coco

O coqueiro é uma palmeira que tem por fruto o coco, alimento nutritivo utilizado em vários pratos regionais, como a tapioca.
O Camponês

Representa a luta do homem com a terra seca para tirar seu sustento.
Colheiteira de Algodão

Na década de 1970 Pernambuco era um grande produtor de algodão, tendo esse vegetal recebido o nome de ouro branco pernambucano. Porém, na década de 1980 a produção entrou em declínio em razão de diversos fatores entre os quais a praga do bicudo, além da falta de incentivo e apoio do poder público.
SETOR 2 – RELIGIÃO
Ex-voto

Ex-voto vem da expressão latina ex-voto suscepto, que significa graça alcançada. É uma peça confeccionada quando uma pessoa consegue um milagre diante de uma enfermidade (como uma forma de agradecimento). Esse monumento lembra as estátuas da ilha de Páscoa – os Moais.
O beato

A beata

Pessoas dedicadas à religiosidade. Lembramos de um beato histórico, Antônio Conselheiro, no sertão da Bahia que travou diversos conflitos retratados no livro Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Iemanjá

Iemanjá é um orixá africano. A origem da palavra vem de Iorubá – mãe que os filhos são peixes. A estrela (com 5 pontas) na cabeça representa proteção, força, conexão com a rainha do mar.
SETOR 3 – MÚSICOS
Tocador de pífano

O pífano lembra uma flauta. Possui sete furos, sendo um para a boca e os outros para o movimento dos dedos. Sua origem é europeia.
Violeiro I

Violeiro II

Forma poética que relata o dia-a-dia do nordestino.
Sanfoneiro

Provavelmente, a sanfona foi introduzida em Pernambuco através dos soldados que lutaram na Guerra do Paraguai (1864 – 1870).
Cego com sanfona e cuia

Instrumento antes utilizado pelos pedintes em feiras, a sanfona teve um novo significado a partir do ícone Luiz Gonzaga.
Cantadora de feira

Em várias estátuas encontramos os liquens (associação entre algas e fungos). Eles aparecem com muita frequência em locais que não têm poluição.
Nesse patrimônio cultural e ambiental, sentimos a riqueza do encontro entre a caatinga e as belas obras de arte.
Continuaremos na próxima semana…