Segundo Lupi, a punição impede que os parlamentares “falem em nome” do partido. O líder pedetista na Câmara, André Figueiredo (PDT-CE), deverá pedir a retirada dos dissidentes das comissões da Casa Legislativa.
“Os oito parlamentares estão com as suas atividades partidárias e de representação na Câmara suspensas. Nenhum desses oito pode falar em nome do partido, ter função em nome do partido ou participar da direção do partido até a decisão final do diretório nacional”, disse Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho.
Lupi e os outros membros da Executiva nacional, da Comissão de Ética e de movimentos sociais ligados ao PDT se reuniram em Brasília desde a manhã desta quarta-feira (17) para começar a debater a instauração de processos disciplinares. A expectativa é que todo o processo no máximo 60 dias. De acordo com o estatuto do PDT, os envolvidos terão prazo para apresentação da defesa. Ao final desse período, a comissão decidirá se expulsa ou não os oito dissidentes.
Tabata Amaral e os colegas que votaram a favor da reforma não participaram da reunião partidária. O vice-presidente nacional do PDT e candidato à Presidência nas eleições de 2018, Ciro Gomes, não pôde comparecer porque estava em evento em Salvador.
Além de Tabata, serão alvo de processos disciplinares os deputados Alex Santana (BA), Subtenente Gonzaga (MG), Silvia Cristina (RO), Marlon Santos (RS), Jesus Sérgio (AC), Gil Cutrim (MA) e Flávio Nogueira (PI). No total, a bancada do PDT na Câmara é formada por 27 parlamentares.
Caso haja, ao fim do processo, expulsão dos oito dissidentes na votação da Previdência, a bancada pedetista sofrerá uma redução de aproximadamente um terço. Ala minoritária do PDT apresenta preocupação de forma que isso possa impactar na redução do tempo de rádio e TV em campanhas eleitorais, bem como no fundo público de campanha, ambos proporcionais ao tamanho das bancadas no Congresso Nacional.
Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, no domingo (14), Lupi declarou que Tabata defende uma “democracia da conveniência” e “acha bom quando o partido decide como ela quer e ruim quando decide como ela não quer”.
Assim como os demais rebeldes, a parlamentar paulistana tem sido duramente criticada pelos correligionários e também por eleitores em redes sociais.
“Se ela acha que a esmagadora decisão de uma convenção nacional de mais de 500 membros, em que ela estava presente, não é democrática, quero saber o que ela acha que é [democrático]. É ouvir o Jorge Paulo Lemann?”, disse Lupi à “Folha de S. Paulo”, em referência ao bilionário cuja fundação apoiou a trajetória da deputada.