No último domingo (28), a Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), promoveu diversas atividades na Avenida Agamenon Magalhães, do município, como parte das ações do Projeto Nossa Avenida, em celebração pela Semana da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O evento realizado em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH) levou para a avenida um aulão de dança temático, uma feira afro com a comercialização de produtos da culinária e artesanato afro, além de programação cultural.
Os praticantes das atividades físicas que costumeiramente frequentam as aulas de aeróbica oferecidas todo domingo no local, puderam vivenciar uma experiência diferente nesta edição do Nossa Avenida, com um divertido aulão de dança latino-americana e caribenha. Teve também a apresentação do grupo de dança Pérola Negra, formado pelo elenco feminino do Boi Tira-Teima, que levou para a avenida muito maracatu, coco de roda e carimbó, e ao final promoveu uma ciranda com todos os presentes que também puderam fazer parte do show entrando na roda e dançando ao som do ritmo pernambucano.
As ações alusivas iniciaram na última quinta-feira (25), no auditório da FIEPE, em Caruaru, com o lançamento da campanha “Mulheres Negras, Raízes da Resistência”. O material gráfico dessa campanha estampa a foto de dona Rosa Maria Cavalcanti, de 80 anos, descendente de escravizados de Serra Verde, zona rural do município, onde ela permanece desenvolvendo um importante trabalho social. Na oportunidade foram apresentadas as palestras “Enfrentamento à Violência Obstétrica Contra a Mulher Negra”, pela psicóloga Natalia Tamyres Gomes Bezerra da Silva e “A Mulher Negra como Jovem Aprendiz no Mercado de Trabalho”, que teve como facilitadora a professora Michele Janaína dos Santos Cardoso Tabosa.
As atividades seguiram durante a semana com ações integradas na Escola Municipal Dr. Amaro e Lyra e Cesar (CAIC) e na comunidade rural de Serra Verde. “Existem muitas dificuldades ainda que as mulheres negras enfrentam, e a semana que realizamos tem o objetivo de promover a reflexão da importância delas para a sociedade. O nosso objetivo foi promover a desconstrução do racismo estrutural e a construção de uma sociedade justa e digna para todas as mulheres, em especial as mulheres negras”, ressaltou a coordenadora da Mulher Negra, da SPM, Tamyres Cardoso.
Sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, é reconhecido pela ONU e surgiu quando, em 1992, mulheres negras militantes organizaram o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana. Naquele evento foram discutidos temas como machismo, racismo e formas de enfrentá-los.
No Brasil, a data busca reverenciar nacionalmente o nome da heroína Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII conhecida também como “Rainha Tereza”, em reconhecimento por sua luta de mais de 20 anos no combate à escravidão no Brasil à frente do Quilombo do Piolho, localizado na chapada e no vale do Guaporé, onde atualmente se encontra o estado do Mato Grosso.
Foto: Janaína Pepeu