Professores da rede estadual de ensino que atuam nas escolas situadas dentro de unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) participaram, até ontem (8), de uma formação continuada. Com o tema “Será que eu falei o que ninguém ouvia?”, a capacitação tem o objetivo de aperfeiçoar práticas que aproximem o ambiente educacional dos anseios dos adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. O evento ocorreu no auditório do Centro Universitário Tiradentes (Unit), no bairro da Soledade, no Recife, e é realizado pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), com a participação de representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), à qual a Funase é vinculada.
Na palestra de abertura, a gerente geral do Atendimento Socioeducativo da SDSCJ, Suelly Cysneiros, fez um panorama de conceitos de pensadores da educação acerca de temas como empatia, pedagogia da presença, a perspectiva do afeto nas relações entre professores e alunos em sala de aula, o ato infracional como processo de construção social e o protagonismo juvenil, destacando a autonomia e o compromisso do jovem. Em seguida, a coordenadora dos projetos Novas Oportunidades e Vida Aprendiz, Nericleide Nunes, reforçou a importância do trabalho dos docentes e dos profissionais técnicos da Funase no processo de reinserção social.
“Viemos destacar práticas que vêm dando certo e aprimorar o que precisa ser melhorado. Temos 1.498 socioeducandos na Funase e outros 3.128 adolescentes e jovens no meio aberto. É um público significativo, de mais de quatro mil pessoas, que está no alcance das políticas públicas que estamos discutindo”, afirmou Suelly.
O evento teve a presença de cerca de 80 professores que atuam em anexos de escolas estaduais localizados em centros da Funase. Ainda participaram da formação a gerente de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania da SEE, Vera Braga, a coordenadora do Eixo Educação da Funase, Sônia Melo, coordenadores pedagógicos das escolas e coordenadores de unidades socioeducativas. A programação ainda contou com a realização de oficinas temáticas. “Esses encontros formativos são muito importantes para que a gente reflita sobre como a escola pode contribuir para a construção de projetos de vida dos socioeducandos. Queremos que ela tenha a cara dos adolescentes”, disse o chefe de unidade de Educação no Sistema Socioeducativo, Hugo Regis.