Anunciado no ano passado, o novo sistema de pagamentos brasileiro, PIX, de pagamentos instantâneos entra em vigor em novembro próximo. Uma revolução importante para o sistema financeiro, tendo em vista as inúmeras mudanças que serão implantadas e os impactos na vida de pessoas físicas e jurídicas. A primeira delas é que o sistema vai funcionar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, ao contrário do sistema atual que funciona apenas nos dias úteis.
Uma segunda questão fundamental é a redução de custos para as empresas porque pelo sistema atual a forma de transferência de fundos entre contas é via TED – Transferência Eletrônica ou via DOC – Documento de Ordem de Crédito que é limitado a R$ 4.999,99 e que custa para quem efetua. Além disso, o DOC só está disponível no dia seguinte, se for realizado até 22 horas, se não, 48 horas. Uma TED custa entre R$ 8,00 e R$ 16,00 e imagine uma empresa que faz dez operações dessa natureza por dia. Vai pagar entre R$ 80,00 e R$ 160,00. Parece pouco, mas em termos agregados é significativo.
Alguns procedimentos são necessários e dentre eles está o fato de que as partes, credor e devedor, possuam uma conta, não necessariamente, conta corrente. A vantagem é que o crédito estará disponível na conta em dez segundos após ser realizado. O sistema vai impactar uma série de fatores, dentre eles, os recursos transitórios de cobrança direta ou de pagamentos de serviços como telefonia, água, luz, cartão de crédito, etc. Isso vai impactar na receitas dos bancos visto que estes recursos transitórios são aplicados no mercado financeiro, geralmente, nas negociações de CDI, que são de curtíssimo prazo. Outro tipo de operação que vai ficar obsoleta é o pagamento com cartão de débito. Não faz mais sentido visto que o pagamento é instantâneo.
A primeira grande mudança no sistema de pagamentos do brasileiro ocorreu em outubro de 2002 e foi feita no sentido de diluir o risco do sistema financeiro. Antes de 2002, os títulos públicos era o instrumento de sustentação do sistema, então, de certa forma era o setor público responsável pela solvência do sistema. Com o sistema criou-se uma câmara de compensação onde transferências de fundos diárias exigiam saldos prévio e isso causava transtorno porque uma transferência feita pela manhã poderia ser concluída a tarde.
Esse sistema chega num momento importante de recuperação econômica. Diante dos efeitos dessa pandemia vai ser necessária uma adequação no sistema de produção, e na matriz de custos das empresas. Num ambiente no qual o mercado elevou seu grau de incerteza, parece ser natural que as empresas busquem otimizar recursos disponíveis. Os custos serão analisados com maior rigor e o bom senso aponta na direção de aproveitar tudo que é possível. Que venha e que facilite ao extremo as operações de mercado. o Brasil tem um sistema financeiro que não deixar a desejar perante outros sistemas no mundo.
