Quando José Condé lançou o livro Um ramo para Luísa, em 1959, no prefácio, Jorge escreveu: “Há um desespero em cada esquina, disse-me certa vez alguém falando da noite de Copacabana com suas luzes frias de neon, bares e boates, seus vultos fugidios, sua espalhafatosa e falsa alegria. Ao atravessar essas ruas, à noite, ao cruzar com certas figuras, pensei sempre: um dia surgirá um romancista e fixará esses dramas, essa angústia, essa carência de amor. Nunca pensei, porém, que esse romancista fosse o meu amigo José Condé, homem do agreste pernambucano de quem ansioso eu esperava (e espero) o romance épico e panorâmico que reclama aquela cidade de Caruaru…”.
Inusitadamente, Condé – embora sendo autor plural, sempre se sobressaiu como regionalista, de temática interiorana – mergulha em profundidade no urbano submundo da prostituição carioca, onde desfilam personagens dramáticos, mulheres da noite e homens solitários que são desnudados pelo autor, com suas histórias de vida, seus dramas e frustrações.
O livro foi bem recebido e, em 1965, foi adaptado com sucesso para o cinema, com argumento/roteiro e adaptação do ator Paulo Porto, produzido pela Produções Cinematográficas Herbert Richers S.A., direção de J.B. Tanko e um elenco de peso com Paulo Porto (Paulo), Sônia Dutra (Luísa) e Darlene Glória (Jane) nos papéis principais e ainda a participação de Elizabeth Gasper, Claudio Cavalcanti e Lúcia Alves, com financiamento/patrocínio do então Governo da Guanabara.