Embora o Brasil tenha a maior biodiversidade, historicamente nunca dedicou especial respeito aos animais, fazendo o tráfico internacional de animais tornar-se o terceiro maior mercado ilegal, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.
Algumas pessoas têm a falsa impressão de que, ao criar um animal silvestre, está trazendo benefícios para aquele ser, mas, na verdade, essa ação provoca inúmeros prejuízos ao animal e à natureza.
Estima-se que, a cada dez animais contrabandeados, nove morrem antes de chegarem ao seu destino.
É necessário entender que todos os seres vivos têm sua funcionalidade para o meio ambiente – os números mostram esta situação: 80% das plantas dependem dos animais para espalhar as suas sementes e 90% da plantas precisam dos animais para a polinização (reprodução). Sendo assim, retirar um ser vivo de seu habitat, além de desequilibrar a cadeia alimentar, reduz a variabilidade, provocando a perda da herança genética, visto que o número reduzido de animais acaba favorecendo o cruzamento entre parentes, contribuindo para a extinção daquela espécie. Além disso, um grande perigo de possuir animais silvestres é o risco das zoonoses – doenças transmitidas aos seres humanos pelos animais.
Reintroduzir esses animais no meio ambiente envolve inúmeros fatores, que vão desde conhecer a biologia da espécie, identificar os riscos do ambiente onde será a soltura até a submissão dos animais a exames clínicos, laboratoriais e genéticos, para não levar doenças ao seu habitat, sendo de fundamental importância um processo de reabilitação para que o indivíduo sobreviva.