A urbanização trouxe progresso e melhorou a vida das pessoas, mas deixou um grande rastro de sujeira. No mundo, temos exemplos de cidades campeãs de sujeira e de limpeza como, por exemplo, a cidade de Boras, na Suécia, onde apenas 1% dos resíduos produzidos vão para o aterro sanitário e o restante tem três destinos – 42% são incinerados e convertidos em energia elétrica, 30% são transformados em biocombustíveis e 27% são reciclados. Já em Nápoles, na Itália, os lixões estão no limite e há acúmulo de lixo na cidade. Caruaru produz cerca, diariamente, 541 toneladas de resíduos sólidos, ou seja, cerca de 1,5 kg por habitante.
Ao serem descartados inadequadamente, os resíduos sólidos vão parar nos bueiros, obstruindo a passagem de água; nos terrenos, e nas margens do rio Ipojuca, servindo de criadouro para as muriçocas, e para o Aedes aegypti; contribuem para a proliferação de vetores de doenças (ratos, baratas, moscas, formigas e outros); emporcalham a cidade; produzem mau cheiro; quando queimados, liberam substâncias químicas nocivas ao solo, à água e ao ar, representando cerca de 4% dos gases do efeito estufa do mundo. Essas situações geram prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
Temos leis, conhecimentos e tecnologia para a solução deste problema, tais como: trabalhar a educação ambiental com a população; promover a coleta eficiente dos resíduos sólidos; distribuir um número adequado de lixeiras pela cidade; orientar a população e fiscalizar sempre; criar usinas de reciclagem; tratar o chorume e aproveitar o metano; fazer a compostagem do material orgânico e distribuir o adubo para os pequenos agricultores da região e apoiar os coletores de resíduos sólidos.
Temos a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos Nº 12.315, sancionada em 02/08/2010, que gerencia toda a cadeia dos resíduos sólidos. Mas, como cidadãos, temos a obrigação de reverter este cenário, através de ações simples no dia a dia, trabalhando com a prevenção, e o primeiro passo para isso é diminuir a produção de lixo com atitudes simples: quando for ao mercado, leve sacolas retornáveis, evitando assim, utilizar sacolas plásticas; substitua o refrigerante em garrafas PET por sucos de frutas que, além de serem saudáveis, suas cascas servirão de adubo e suas sementes irão gerar uma nova planta; compre produtos de limpeza em embalagens maiores – por exemplo, um detergente de 5 litros ao invés de 10 recipientes de 500 ml – pois, além de serem mais econômicos, apenas uma embalagem será descartada; procure produtos com recipientes reutilizáveis.
São nas pequenas atitudes que tornaremos o nosso planeta mais sustentável.
“Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam suas mãos para cultivá-las.”
Augusto Cury