Cada vez mais distante das novas gerações, a obra de Lycio Neves sobrevive, ainda que confinada nos raros exemplares dos seus livros que sobreviveram à falta de memória e cuidado com o nosso passado.
Lycio (Natalício Augusto Neves) nasceu há 105 anos, a 04 de maio de 1914, em Brejo da Madre de Deus, residindo depois em Belo Jardim, Taquaritinga do Norte, Vertentes e Garanhuns, antes de se fixar de vez em Caruaru, cidade que adotou, viveu e com a qual contribuiu em muito no cenário cultural.
Antes de se firmar como grande nome da moderna poesia pernambucana foi ajudante de marceneiro, cambista, censor de colégio católico e, posteriormente, guarda sanitário do Serviço Nacional da Peste.
Lycio estreou na imprensa aos catorze anos, como colaborador na “Página dos Leitores” da revista Cinearte, do Rio de Janeiro, tendo, ao longo da vida, contribuído intensamente com a imprensa de todo o interior pernambucano, especialmente a de Caruaru, onde também fundou a “Casa da Poesia”. Contribuiu também com a imprensa da capital e de outros estados.
É autor de quatro livros: Lâmpada Suspensa (1946); A Bem-Amada Quitéria (1949); O Sacristão (1954) e As Construções (1963), com os quais despertou interesse de nomes de peso do meio literário como Gilberto Freyre, Mauro Mota e José Condé.
Lycio, o “poeta grande da alma de menino” faleceu no Rio de Janeiro, a 21 de setembro de 1972, de coma diabético. Sua obra, bem que merecia maior atenção e destaque, voltando a circular nos meios literário e estudantil.