Declarada pandemia mundial e emergência médica nacional, o COVID-19 ou popularmente chamado de coronavírus, impactou em cheio o cenário político e econômico mundial e nacional, modificou hábitos sociais, estabeleceu um amplo debate acerca da capacidade planetária em enfrentar um vírus que não tem nacionalidade, não respeita fronteiras nem espera autorização alfandegaria para viajar.
O coronavírus se estabeleceu com um grande desfio não só no campo de saúde pública, mas também político e econômico. O vírus ultrapassou as barreiras locais, virou um desafio geopolítico, supranacional.
O presidente francês Emmanuel Macron foi o primeiro líder mundial de uma grande nação que entendeu que o combate ao coronavírus é uma causa comum, ultrapassando as barreias domésticas e nacionais. Emmanuel Macron cunhou a seguinte assertiva: — “Este vírus não tem passaporte. É preciso unir nossas forças, coordenar nossas respostas, cooperar. (…)”. Desse modo concluímos que o nacionalismo, isolacionismos sem articulação global das agências de saúde poderá ter o potencial de crescimento da doença que se alastra vertiginosamente em escala mundial.
Em outro front de batalha na luta contra os sintomas do coronavírus se estabeleceu na economia. Todas as estimativas de crescimento mundiais e nacionais foram revistas para baixo, ou seja, o vírus impactou o a economia prevendo um baixo crescimento. Por mais liberal que seja o pensamento, diante dos desafios econômicos e da baixa atividades das bolsas de valores, o Estado dever fazer intervenções na economia, inclusive em setores que são os mais afetados, tais como turismo, aviação comercial, serviços e comércio internacional, principalmente com o nosso maior comprador que é a China (principal mercado para produtos como soja, minério de ferro, petróleo, carnes e celulose, mas nem todas as empresas desses setores dependem exclusivamente do mercado asiático).
No Brasil temos um quadro de confusão, de um lado o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, adotou, segundo especialista, todas as medidas necessárias para prevenção, contenção e tratamento do coronavírus. Já o presidente Bolsonaro vai na contramão, adotando postura errática incompatível com os tempos que vivemos e contra todos os protocolos médicos e sanitários.
Na Alemanha foi apresentado um plano econômico estatal de socorro às empresas e aos empregos por conta do coronavírus.
Pelo menos 12,4 bilhões de euros (mais de 60 bilhões de reais) serão investidos nos próximos quatro anos. No Brasil não existe um plano tão audacioso como o alemão, o projeto brasileiro é acelerar as reformas e criar linhas de créditos para socorro das empresas.
Sem clareza nas ações, o Brasil sofrerá os efeitos do coronavírus mesmo depois do surto ser dissipado, pois todas as medidas precisam de aprovação do Congresso, e a relação do Executivo e Legislativo foram azedas pela postura do presidente quando das manifestações; no outro lado, Guedes deixou claro que não tem “plano B” para a economia, mas sem expor de forma clara e objetiva qual seria esse plano. Desse modo precisamos de ações claras no campo da economia para que o Brasil supere a crise do corona quando esse vírus nos deixar.
Em tempos difíceis precisamos de líderes responsáveis e fortes, como dito por Emmanuel: “Ante as crises da vida. Não te revoltes. Serve”.