De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vacina com a eficácia de, no mínimo, 50% que imunize 70% da população já será suficiente para controlar a pandemia pelo novo coronavírus. O desenvolvimento de uma vacina leva em média 10 anos, mas com o avanço da ciência nas últimas décadas, tivemos vacinas prontas com 60 dias – um desses avanços foi a utilização de uma nova tecnologia, o RNA viral como matéria prima para a imunização.
O desenvolvimento de uma vacina começa com os testes com células, depois em animais e por último no ser humano, que é dividido em três etapas. Se obtiver sucesso na última etapa, os laboratórios pedem a autorização às agências reguladoras e há uma quarta etapa, que avalia a vacina já em uso.
É de extrema importância a avaliação de uma vacina por revistas científicas para que ocorra a revisão por cientistas qualificados e independentes do estudo. Isso confere confiabilidade aos dados.
Qualquer medicação causa efeito colateral, e com a vacina não é diferente, mas os estudos mostram que os seus efeitos são curtos e leves, como dor de cabeça, mal estar e enjoo.
As pessoas que já contraíram a Covid-19 também precisarão ser vacinadas, já que mesmo que tenham sido criados defesas naturalmente, a imunização pela vacina se faz mais eficiente por estimular, na quantidade certa, o sistema imunológico a produzir defesas mais complexas.
A vacina estimula nosso organismo a produzir anticorpos (substâncias de defesa) e linfócitos T (principal célula de defesa). Temos vários tipos diferentes de vacinas, a primeira delas é a do vírus inativado, técnica bem conhecida em que o vírus é enfraquecido – incapacitado de se reproduzir (replicar) -, assim, as proteínas virais conseguem estimular o nosso sistema imunológico, que se torna capaz de reconhecer e combater o vírus; como exemplo, temos a vacina da pólio.
Um outro tipo é o vetor viral não replicante, que usa adenovírus inofensivo para permitir que o organismo crie armas contra o Sars-Cov-2. Já a mais nova técnica utiliza o RNA mensageiro do vírus, o que oferece a vantagem de ser rápida de produzir, mas, devido à fragilidade do RNAm, é preciso manter as doses em temperaturas muito baixas. Por último temos as proteínas virais, que utilizam pedaços ou proteínas do vírus.
A vacina contra a Covid-19 será em duas doses com intervalo médio de 20 dias, da primeira para a segunda, sua proteção total será entre 15 a 30 dias após a segunda dose. Abaixo um pequeno resumo das principais vacinas:
1. Oxford/Astrazeneca
Origem: Reino Unido. Eficácia: 70%. Armazenamento: refrigeração. Imunização: através de vetor viral;
2. Sputnik V
Origem: Rússia. Eficácia: 91,45%. Armazenamento: refrigerador. Imunização: vetor viral;
3. Moderna
Origem: EUA. Eficácia: 95%. Armazenamento: -20°C. Imunização: RNA;
4.Pfizer/Biontech
Origem: EUA e Alemanha. Eficácia: 95%. Armazenamento: -70°C. Imunização: RNA;
5. Coronavac
Origem: China. Eficácia: 97%. Armazenamento: refrigerador. Imunização: Vírus inativo.
Quando um vírus passa de uma pessoa para outra vai, aos poucos, alterando o seu código genético; as alterações vantajosas permanecem. Isso já aconteceu com o vírus causador da pandemia: a nova mutação do coronavírus, já esperada, tem a mesma letalidade e alteração de 17 códigos genéticos, com taxa de 70% de transmissibilidade.
Depois dessa mudança, as crianças são mais propensas à infecção. Por isso a necessidade e urgência em relação à cobertura vacinal: quanto mais rápida a ação, maior eficácia e proteção da população.
Desejo um ano novo com muita saúde!