Há cem anos o caruaruense ALFREDO PINTO Vieira de Mello era nomeado Ministro interino da Guerra, no auge da sua bem sucedida carreira. Nasceu em Caruaru a 20 de junho de 1863, no primeiro andar do sobrado de nº. 163 da Rua 15 de novembro, filho do Cel. João Vieira de Mello e Silva e de D. Maria Pinto Vieira de Mello.
Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais (Recife, 1886), iniciou sua carreira na então província de Minas Gerais como Promotor Público, onde exerceu o cargo até ser nomeado Juiz de Direito da comarca de Ouro Fino (1890).
Deixou a Magistratura para exercer a Chefia de Polícia do Estado de Minas Gerais no período de 1893-1896, quando foi exonerado a pedido.
Eleito, em 1897 deputado ao Congresso Nacional, na 3ª legislatura, teve ação destacada. Em 1903, deixou a política, passando a advogar na então Capital Federal. Atendendo a convite do então presidente da República Afonso Pena, foi nomeado Chefe de Polícia da capital da República (1906-1909).
Remodelou e modernizou o sistema policial, quando fundou o Serviço de Identificação Nacional (que deu origem à cédula de identidade).
De volta à advocacia, foi eleito Presidente do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros de 1910 a 1913.
Foi ainda Professor da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro (1919).
Ainda em 1919, foi nomeado Ministro interino da pasta da Guerra (julho a outubro).
No mesmo ano assumiu o cargo de Ministro da Justiça e Negócios Interiores, destacando-se o êxito que obteve na Conferência Interestadual de Limites, de sua iniciativa, que conseguiu dirimir os conflitos da demarcação de fronteiras entre vários estados.
Em 1921, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Dentre os trabalhos que publicou destacam-se: Educação Científica; O Júri; Direitos das Sucessões e ainda a tese O Poder Judiciário no Brasil (1532-1871). É autor da peça teatral Discíola, encenada no antigo teatrinho de Caruaru e no Teatro de Santa Isabel, no Recife.
Sua fascinante biografia é de fato, motivo de orgulho para todos os caruaruenses.
Faleceu a 8 de julho de 1923, na cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.