As queimadas nas nossas florestas atingiram números astronômicos em 2022; foram mais de 200.000 focos de incêndios em nosso país. O estado do Pará, com mais de 42.000 focos, ficou em primeiro lugar entre as unidades federativas. Dentre os biomas, a Amazônia ficou com mais da metade das queimadas de todo o país, e a Caatinga ocupou a terceira posição. O que chama a atenção – e preocupa – é que as queimadas ocorreram em matas nativas, destruindo a vegetação endêmica – a vegetação encontrada especificamente naquela região, típica. Todos estes dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Mapbiomas.
São diversos os motivos para que esse crime ocorra, dentre os quais há o sucateamento dos órgãos fiscalizadores, a falta de políticas públicas efetivas, a seca prolongada e as chuvas escassas. Apesar de enquadrarmos estes dois últimos como fenômenos naturais, precisamos entender que o desmatamento, as queimadas e a poluição contribuem para o desequilíbrio ambiental e são favorecidos, em grande parte, pelas ações humanas.
O grande problema das queimadas consiste na liberação do principal gás do efeito estufa, o CO2 (gás carbônico). As árvores absorvem esse gás da atmosfera através de um processo denominado fotossíntese, assim, uma parte do CO2 fica na estrutura da planta e, quando a árvore é queimada, ocorre a liberação desse gás. Com isso, há consequências – que já estamos sofrendo -, como riscos à saúde da população e a diminuição da biodiversidade.
Nos anos que temos eleições presidenciais, percebemos que os números de queimadas e de desmatamentos tendem a crescer em todo o país. Apesar disso, possuímos 20% das florestas de todo o mundo e somos o único país com nome de árvore e, por isso, precisamos mudar as nossas posturas em relação à preservação das florestas.
“Biodiversidade é a biblioteca das vidas”.
Thomas Lovejoy – Ambientalista.
“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”.
Chico Mendes
Alexandre Nunes é professor e biólogo