Vivemos uma tragédia humanitária, com repercussão de curto, médio e longo prazo, em quase todos os campos da vida social, política e econômica do país. A COVID expôs, em carne viva, nossas feridas mais latentes e irresolúveis, e os que mais sofreram foram os que menos tinham.
Diante da tragédia, uma pergunta emerge: o Brasil se conduziu de forma correta e assertiva no trato da pandemia? Se a resposta for não, a CPI da Covid, Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado para apurar a condução da Covid no país, se justifica.
A condução da crise da pandemia no plano nacional foi contraditória, conflituosa e, por vezes, errática. Não podemos deixar de pontuar o acerto no pagamento do auxílio emergencial. Precisamos, porém, entender que erros graves foram cometidos e que os responsáveis precisam responder por eles, pelos seus crimes, e, como dito acima, a CPI se justifica.
Por se desenrolar no Senado da República, a CPI será um palco natural da briga política, antecipando, de todo modo, o cenário pré-eleição de 2022. As narrativas surgirão e servirão tanto para reforçar as teses do Governo e também para enfraquecer os impactos políticos, que ainda são incalculáveis.
No Brasil da pandemia muita coisa tem que ser respondida, apurada e resolvida.
Esperamos, porém, que a CPI não seja meramente uma arena política eleitoreira, mas que possa apresentar soluções objetivas para os problemas que a pandemia causou.