Os créditos de carbono foram inicialmente pensados enquanto uma alternativa para a redução das emissões dos gases tóxicos na atmosfera. Cada tonelada de gás não emitida geraria uma unidade de crédito de carbono ao país, que poderia comercializar os créditos disponíveis com aqueles que poluíram mais que a cota estabelecida. Assim, uma empresa, uma indústria ou um país pagaria pelo direito de emitir gases que provocam o efeito estufa, uma compra do potencial de poluição.
Aquele que reduz as emissões – e vende os créditos -, em tese, investiria em fontes de energia renováveis e no combate ao desmatamento. Para os grandes poluidores, o mercado dos créditos é uma boa opção, já que as compensações podem servir como uma alternativa mais barata do que redução, de fato, do uso de combustíveis fósseis.
O Brasil, que possui cerca de 40% das florestas do planeta, é um dos maiores captadores de recursos do mercado de créditos de carbono. Como temos uma grande capacidade de reflorestamento, o país acaba sendo atrativo para investimentos uma vez que o mercado de carbono seja regulamentado.
Ocorrida em 2019, a Cúpula do Clima das Nações Unidas – a COP-25 – foi marcada pelo fracasso em regulamentar o mercado de créditos de carbono. Precisamos preservar as nossas florestas e investir na educação e na ciência para reduzir, de fato, as emissões de gases poluentes, visto que o mercado de créditos mascara o privilégio econômico em detrimento do cuidado com o meio ambiente e com a saúde humana.