Um estudo divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) mostra que, dos 184 municípios do estado, 71 cidades – um percentual de 38,6% – ainda permanecem depositando seus resíduos sólidos em lixões. A lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 02/08/2010, estabelecia o prazo de quatro anos para o fechamento dos lixões. Com o Marco Legal do Saneamento, o prazo foi ampliado de acordo com o número de habitantes do município.
A diferença entre lixões, aterros controlados e aterros sanitários é que o primeiro deles é um depósito de resíduos sólidos a céu aberto, que não recebeu nenhum tipo de tratamento, contaminando a fauna, a flora, o solo, o ar e os corpos hídricos. Já o aterro sanitário, que tem uma vida útil de 20 anos, recebe os resíduos sólidos em um solo que foi previamente tratado e impermeabilizado, já que o lixo gera um líquido tóxico, denominado de chorume, que no aterro sanitário é tratado e devolvido ao meio ambiente sem oferecer riscos de contaminação.
O metano, que é um gás altamente inflamável, será captado e queimado, enquanto todo lixo recebido diariamente será coberto, evitando a proliferação de vetores de doenças, mau cheiro e poluição.
O aterro controlado é considerado um intermediário entre o lixão e o aterro sanitário: os resíduos são cobertos com uma camada de terra, mas não são realizados tratamentos do chorume, do solo ou do metano.
Em Caruaru, é produzido diariamente 541 toneladas de resíduo sólidos, cerca de 1,5Kg por habitante. Todo esse resíduo, no entanto, é um grande impacto ambiental e econômico.
Precisamos reverter este quadro através de ações simples no dia a dia, por exemplo: quando estiver no mercado, evite de utilizar sacolas plásticas, leve uma sacola retornável; evite de consumir refrigerante de garrafa PET, substitua por um suco de frutas, que, além de ser saudável, produz cascas que servirão de adubo e sementes para uma nova planta; compre produtos de limpeza de maior quantidade, como um recipiente de detergente de 5 litros ao invés de 10 recipientes de 500 ml, além de ser mais econômico, só uma embalagem precisará ser descartada; procure produtos que o recipiente seja reutilizável. Existem inúmeros exemplos que podemos pôr em prática para produzir menos resíduos sólidos e, consequentemente, alinhar questões ambientais, econômicas e de saúde.
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira