Os dias 21 e 22 de março são dedicados à conscientização sobre a importância das florestas e da água, respectivamente. São datas importantes – intimamente interligadas – que têm o objetivo de promover uma reflexão sobre nossa relação com as matas e com o consumo da água. As florestas possuem inúmeras funções importantes tais como a produção de chuvas, absorção de gases tóxicos, liberação de oxigênio e controle do clima. É essencial à nossa sobrevivência e qualidade de vida que as nossas florestas sejam preservadas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) são necessários cerca de 12 metros quadrados de área verde por habitante, mas infelizmente, estamos distantes desse ideal.
Há uma enxurrada de leis que protegem nossas águas, como a Lei 9.433/1997 – A Política Nacional de Recursos Hídricos – a qual tornou-a um bem público, um recurso natural limitado, priorizando seu consumo, dentre outras diretrizes. Apesar de o Brasil possuir 12% dos recursos hídricos do planeta, um dos maiores problemas reside no fato de que a água está em maior percentual em locais onde o número de habitantes é reduzido. Na década de 1990 a cidade de Nova York enfrentou uma grave crise no abastecimento hídrico; enquanto os níveis dos mananciais estavam em 27%, o consumo crescia de forma assustadora. Contudo, as medidas tomadas pelo americano Albert Appleton resolveram a problemática – a mudança de toda a tubulação antiga da cidade, aumento da tarifa, compra de terrenos às margens dos mananciais, para que não houvesse contato com os agrotóxicos e evitasse retirada de água, combate ao desperdício de forma severa. Como consequência, atualmente a água é de boa qualidade e não precisa de nenhum produto químico para seu tratamento, chegando à cidade pela ação da gravidade.
A nossa cidade utilizou para o consumo, a água do Rio Ipojuca até 1915, quando foi preciso buscar em Serra dos Cavalos. A partir disso, foi necessário buscar água em lugares cada vez mais distantes, como em Surubim e em Bonito. Posto isso, é perceptível a nossa desarmonia em relação à essa fonte de vida.
“Antes que qualquer árvore seja plantada ou qualquer lago seja formado, é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles”.
Rubem Alves