As recentes investidas do governo Jair Bolsonaro contra o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a oposição, levaram seis ex-titulares da Pasta a assinarem um manifesto em que denunciam diversos retrocessos na área. O documento intitulado “SUS, Saúde e Democracia: desafios para o Brasil” é subscrito pelos ex-ministros Humberto Costa, José Saraiva Felipe, José Gomes Temporão, José Agenor Alvarez da Silva, Alexandre Padilha e Arthur Chioro. O documento foi entregue nesta segunda-feira (5) ao presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Zasso Pigatto, em Brasília.
“Agora, é um momento de forte resistência na área da saúde. Este é um governo que não tem qualquer compromisso com a população. Ao contrário, é um governo que pratica a política da morte. Tudo que é para favorecer a morte, esse governo defende. Age assim ao modificar a legislação para flexibilizar o uso das armas, age assim com as lei dos trânsito, com a liberação indiscriminada de agrotóxicos, com o incentivo ao tabaco e, por fim, com essa política para quebrar a universalidade do SUS”, afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
No documento, os ex-ministros criticam os cortes que vêm sendo realizados pelo governo na área da saúde pública e a fragilização da regulação do setor privado. “A visão hegemônica no governo e no parlamento, assentada sobre uma falácia, é a de que a saúde, em vez de investimento, é gasto e que a gestão em moldes empresariais, mesmo em um contexto de redução dos gastos, permitirá fazer mais com menos, ainda que isso comprometa a qualidade de vida e ameace a segurança dos cidadãos e famílias”, diz o texto.
Ao contrário dos cortes promovidos pelo governo, os ex-ministros defendem o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde e a democratização do funcionamento do sistema, ampliando a participação efetiva do cidadão. “O SUS é uma conquista do povo brasileiro. Sua consolidação e aperfeiçoamento são eixos fundamentais para a sobrevivência do Estado democrático de Direito e na afirmação de políticas públicas de inclusão social”, afirma o manifesto .
Para centenas de manifestantes que vieram a Brasília participar da 16ª Conferência Nacional de Saúde, Humberto garantiu que a oposição seguirá engajada e denunciando todas as tentativas de retrocessos do governo Bolsonaro. “Quero dizer a vocês que naquele parlamento nós estamos lutando contra esses disparates e na defesa de um SUS que continue universal e gratuito e que seja para todos os brasileiros e brasileiras”, disse o senador.