Cerca de 22 milhões de toneladas de plástico são descartados na natureza por ano em todo o mundo, uma vez que utilizamos o plástico em todo momento das nossas vidas. Esse consumo, entretanto, somado à ação da água, dos microrganismos e da luz solar, transforma o plástico em pequenas partículas: os microplásticos. Esses artefatos medem 5mm e de forma lenta e contínua, essa degradação leva as partículas à medida de 1nm. Esses fragmentos poluem o solo, o ar e a água – e inclusive o corpo humano.
Ainda é um estudo recente, apesar disso, sabe-se que essas partículas estão disseminadas em todos os ambientes: desde a década de 70 microplásticos são encontrados nos oceanos, provenientes, principalmente, da lavagem dos tecidos sintéticos. Isso porque 60% dos tecidos são fabricados a partir de fibras de plásticos (nylon, acrílico e poliéster), que, quando lavadas, são liberadas, escapando até mesmo dos filtros das máquinas de lavar, indo para os rios e, posteriormente, os mares.
No mar, são jogadas cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos, por ano. Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) de 2016 coletou dados sobre a presença dos microplásticos nos moluscos, crustáceos e nos peixes. Alguns são tão pequenos que o plâncton microscópico confunde com comida, acumulando em toda a cadeia alimentar.
No ser humano, além da ingestão, ocorre a inalação de partículas no ar durante a respiração. Estima-se que um homem adulto inale cerca de 170 partículas por dia; esses fragmentos entrarão no sistema digestivo e no sistema respiratório. Os microplásticos também são capazes, pelo tamanho, de entrar na corrente sanguínea e atingir órgãos como fígado, rins e cérebro. Pesquisas preliminares em animais mostram a possibilidade de inflamações e de má-formação de órgãos por causa da presença desses resquícios plásticos.
A gravidade da situação levou 175 países da ONU a aprovarem um tratado de combate ao plástico descartável em dois anos. Não é fácil, apesar disso, precisamos evitar o máximo seu consumo.