Uma nuvem de gafanhotos está se deslocando na Argentina. Ela, provavelmente, irá para o Uruguai. Apesar disso, se as temperaturas no Brasil aumentarem, eles podem vir para cá, já que a espécie depende do calor. Esta nuvem foi formada no bioma do chaco, localizado no Paraguai. Estima-se que sejam cerca de 400 milhões de insetos da espécie de gafanhoto migratório sul-americano (Schistocerca cancellata).
A característica desse inseto é o comportamento gregário, ou seja, de andar em bandos. As formas mais jovens, logo após o nascimento, já começam a se alimentar de plantas rasteiras e posteriormente de arbustos. Seus predadores são as aves, os anfíbios, os fungos e as bactérias.
O gafanhoto adulto macho mede 4 cm de comprimento, a fêmea, 6,3 cm e a coloração geral da espécie é marrom-avermelhada. As fêmeas, após o acasalamento, pousam no solo e efetuam a postura em terrenos relativamente limpos de vegetação para colocar seus ovos. Além disso, esses animais vivem cerca de 120 dias, período no qual uma fêmea pode colocar de 50 a 120 ovos.
Diversos fatores auxiliam para a formação da nuvem, como a umidade, a temperatura, o calor, a ausência de predadores, o índice de chuvas, a velocidade dos ventos e a abundância de alimentos. Eles podem se deslocar de 100 a 150km em um dia, apesar de não trazerem doenças para o ser humano, a espécie tem uma mandíbula muito robusta, o que lhes permitem consumir uma folha ou raiz em segundos – o que pode acabar rapidamente com as plantações.
Em um dia, podem consumir pastagens para 2 mil vacas ou alimentos consumidos por 350 mil pessoas em um dia. Essa situação pode ser minimizada, naturalmente, com a diminuição das temperaturas agora no inverno. A praga também pode ser minimizada a partir da técnica do controle biológico, em que se usa uma outra espécie para estabelecer o equilíbrio ecológico.
Os agrotóxicos também seriam uma saída, no entanto, isso eliminaria os inimigos naturais desses animais, contaminaria o meio ambiente, e, consequentemente, os nossos alimentos.
Essa nuvem, entretanto, só se formou pelos desequilíbrios ambientais que nós mesmos causamos – direta ou indiretamente. Assim, precisamos mudar os nossos hábitos para estreitarmos a nossa relação com o meio ambiente.