Os primeiros beneficiados serão os correntistas da Caixa Econômica Federal, que, segundo Onyx, devem ter acesso ao auxílio ainda hoje. Quem tem conta no Banco do Brasil começa a receber amanhã, pelo que afirmou o ministro, na entrevista. Os 14,3 milhões de beneficiários do Bolsa Família só vão receber os valores a partir de 16 de abril, exatamente 50 dias depois da confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no país.
O ministro não disse a partir de que horário o dinheiro cairá nas contas. “Temos que ver esse volume, que vai oscilar entre 15 e 20 milhões de pessoas, para saber quantos são clientes da Caixa”, explicou. Esse é o número de pessoas que o governo estima não terem cadastro em bancos de dados do governo federal. “Essa mesma listagem vai rodar na Caixa e no Banco do Brasil, para estar na conta de milhões de pessoas na quarta. Na quarta, já pode transferir”, disse.
Os trabalhadores informais que não têm nenhum tipo de registro só poderão receber quando se cadastrarem em um aplicativo de celular, que pode ser divulgado ainda hoje, segundo o ministro. “Esperamos que o aplicativo, estando ok hoje, rode bem amanhã. Estamos esperando, no mínimo, 1 milhão (de acessos) no dia. Talvez seja um dos aplicativos mais baixados do mundo. Temos que conversar com todas as operadoras para não cair”, afirmou à rádio.
Em entrevista coletiva, na última sexta-feira, ele explicou que o programa só deve ser usado por quem não é beneficiário do Bolsa Família, Microempreendedor Individual (MEI) ou contribuinte individual do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O dinheiro será repassado em até 48 horas depois que os trabalhadores enviarem as informações. Ou seja, quem ainda não está inscrito pode ter que esperar mais dois dias.
Ao fazer o anúncio do aplicativo, na sexta-feira, Onyx disse que ele começaria a funcionar hoje de manhã. O aplicativo seria apresentado ontem, para ser lançado oficialmente hoje, mas, até o fim da tarde, o governo estava fazendo os ajustes finais. A expectativa é de que ele seja divulgado hoje, em entrevista coletiva marcada para as 9h, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Critérios
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Medida Provisória (MP) que criou o auxílio na última quinta-feira. Para recebê-lo, é preciso ter mais de 18 anos, não ter emprego formal e não receber nenhum benefício do governo, além do Bolsa Família. Quem tem aposentadoria, seguro-desemprego ou pensão, por exemplo, está fora.
A renda mensal deve ser de até meio salário mínimo (R$ 522,50) por integrante da família ou, se somados todos os rendimentos do núcleo familiar, de até três salários mínimos (R$ 3.135 reais). Além disso, não pode ter recebido, em 2018, rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70.
Depois que o governo confirmar que a pessoa preenche os requisitos, vai depositar o auxílio por transferência bancária às contas poupança dos beneficiários, de qualquer banco. Será aberta uma conta para quem não tem. O esquema é similar ao adotado no saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), explicou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, na sexta-feira.
Segundo a Caixa, responsável por coordenar os repasses, o aplicativo poderá ser baixado, de graça, em todos os sistemas operacionais. Os trabalhadores também vão poder fazer o cadastro pelo computador e tirar dúvidas por uma central de atendimento, por telefone.
Diario de Pernambuco