Ao longo dos anos Caruaru foi colecionando adjetivos em forma de cognomes e expressões que a tornaram famosa além de suas fronteiras. Foi a forma geralmente carinhosa que artistas, intelectuais e outros profissionais encontraram para expressar o amor telúrico, simplesmente retribuir a conhecida hospitalidade da “terrinha”, se apropriarem ou traduzir o cotidiano local.
Por volta de 1904, aliados do Cel. Cel. Neco Porto a batizaram de “Cidade do Porto” ou “Portópolis”. Em 1909, foi a vez do Dr. Porto Carrero utilizar a expressão “Petrópolis Pernambucana”, certamente pelo clima, já que Caruaru era frequentemente recomendada a pacientes em tratamento de diversas doenças.
Em 1914 foi a vez de um Comissário de Higiene, Afonso Veloso, indignado com o alto índice de mortalidade infantil na cidade, que tristemente a ela se referiu como “Cemitério das Crianças”.
Nesse mesmo período, o neurologista recifense Dr. Antonio Austregésilo por aqui se encantou e presenteou a cidade com o cognome de “Pérola Sertaneja”. Já no final da década de 1920, o maestro carioca Ernani Braga usou as expressões “O Céu” e “Cidade Céu” para descrever Caruaru.
Na década de 1930 foi a vez do jornalista Godofredo de Medeiros criar um dos nossos mais conhecidos cognomes: “Cidade dos Avelozes Esmeraldinos”. Com a projeção do Mestre Vitalino nos anos 40, a cidade também foi batizada de “Terra de Vitalino” e, da mesma forma, ocorreu com a expressão “Terra dos Condé”, numa referência aos irmãos João, Elysio e José Condé.
Outra bem conhecida: “Terra de Álvaro Lins”, é expressão muito usada por Nelson Barbalho ao longo da vida.
Em 1957, a composição de Nelson Barbalho “Capital do Agreste” fez tamanho sucesso na voz de Luiz Gonzaga que se incorporou em definitivo ao nosso cotidiano. Nesse mesmo período ainda se utilizavam as expressões “Princesa do Agreste” e “Princesa do Sertão”.
Com o lançamento do romance mais famoso de José Condé, “Terra de Caruaru”, em 1960, a cidade foi contemplada com um dos mais conhecidos cognomes e foi projetada em definitivo no cenário literário brasileiro. “A Capital do Forró” é o título da música famosa de Jorge de Altinho e Lindolfo Barbosa, de 1979 e até hoje serve de inspiração à Caruaru.
A partir de 1961, Nelson Barbalho passou a usar o cognome “País de Caruaru”, que se popularizou a partir de 1974, com o lançamento do livro homônimo, tornando-se o mais lembrado e comentado na atualidade.