Desde o surgimento da humanidade, os microorganismos nos acompanham. É mesmo tão pequenos, eles mudaram o rumo da história através de diversas epidemias e pandemias. Assim, para que possamos aprender com os nossos erros, é necessário que nos lembremos do passado.
Peste Bubônica (1333 – 1353)
Também conhecida como Peste Negra, a Peste Bubônica foi uma das maiores pandemias da humanidade, dizimando 1/3 da população da Europa. A enfermidade é transmitida pela pulga do rato contaminada pela bactéria Yersinia pestis, que se alastrou pela Europa por causa da falta de limpeza das ruas e das pessoas – uma lembrança da importância do saneamento básico e da higiene para a humanidade. A doença tem esse nome por causa das manchas escuras, os bubões, que provoca na pele.
Cólera (1817-1824)
Causada pela bactéria Vibrio cholerae, a Cólera é uma doença transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Conhecida desde a antiguidade, deixou centenas de milhares de mortos com o advento das grandes navegações e dos novos meios de transporte da época. Por causa do pouco conhecimento sobre a doença, ela era tratada com uma dueta a base de café e cachaça.
Tuberculose (1850-1950)
Causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, o combate à Tuberculose só foi acelerado em 1882, quando o bacilo da doença foi identificado. Sinais da doença foram encontrados em esqueletos de 7000 anos atrás e estima-se que ela já pode ter matado até um bilhão de pessoas.
Varíola (1896-1980)
O vírus Orthopoxvírus variole, transmitido por vias respiratórias, matou 300 milhões de pessoas. Está erradicada no planeta desde 1980, mas ela foi a gota d’água para a eclosão da Revolta da Vacina no Rio de Janeiro. Na época, já existia conhecimento sobre a doença e até vacina; mas a população desconfiava do método. Em 1904, Oswaldo Cruz conseguiu que a vacinação contra a doença fosse obrigatória.
Gripe Espanhola (1918 – 1919)
Ocasionada pelo vírus Influenza (H1N1), uma mutação no vírus da gripe, a doença surgiu no final da primeira guerra mundial. Por causa dos sistemas sanitários deficitários, a doença pôde causar a morte de cerca 50 milhões de pessoas.
AIDS (desde 1981)
Conhecida como a Síndrome da ImunoDefuciência Adquirida, o vírus da AIDS, o HIV, destrói o sistema imunológico e abre espaço para o aparecimento de doenças oportunistas. Ela já causou a morte de 36 milhões de pessoas. Apesar de ainda não haver uma cura, já existem tratamentos que aumentam a qualidade e a expectativa de vida dos soropositivos.
Ebola (2013 -2016)
Doença causada pelo vírus homônimo, tem esse nome por causa do Rio Ebola, na República do Congo, onde o vírus foi encontrado pela primeira vez. Foi descoberto em 1976 e, desde então, tem surtos esporádicos, que tem letalidade de até 90%. Acredita-se que esse vírus tenha sido transmitido para os seres humanos a partir de animais infectados.
Já o novo coronavírus (Sars-Cov-2) não é o mesmo coronavírus que provocou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002, que matou 774 pessoas, ou o da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) de 2012, que matou 858 pessoas. O Sars-Cov-2 é um vírus que sofreu mutação e que, portanto, ainda não temos anticorpos específicos. Apesar disso, com o que as outras pandemias nos ensinou, sabemos que a informação e a higiene são fundamentais no combate a novas doenças.