Ontem (31), o Conselho Municipal de Assistência Social de Caruaru (CMAS), e a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH), promoveram a XII Conferência Municipal de Assistência Social. O evento aconteceu durante todo o dia no Campus I, do Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES UNITA, onde foi abordado o tema: “Assistência Social: Direito do povo, com financiamento público e participação social”. Com a revogação da Conferência Nacional, o evento foi realizado com o objetivo de fortalecer o debate e a luta pela manutenção da política pública de assistência social, garantida pela Constituição Federal como direito e forma de minimizar os impactos da desigualdade social do país.
A abertura foi na parte da manhã com uma apresentação cultural da Orquestra Popular de Caruaru, que sob a regência de Anderson do Pife, tocou o Hino de Pernambuco, a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga, entre outras, com o acompanhamento de pandeiro, viola, pífanos, berimbau e instrumentos percussivos. Após a apresentação, se formou a mesa de honra com a presidente do CMAS de Caruaru, Cristiane Vasconcelos, o secretário de Governo de Caruaru (e presidente da Fundação de Cultura e Turismo), Rubens Júnior, a secretária da SDSDH, Perpétua Dantas, o controlador municipal de Caruaru, Dimitre Bezerra, e a presidente da Associação Caruaruense de Cegos (Acace), Lucy Tertulina.
Após a abertura, foi feita a leitura e aprovação do regimento interno, seguida de uma palestra magna e um debate. Após o almoço, os participantes se dividiram em grupos de trabalho para discutir os três eixos temáticos: A Assistência Social como Direito do Povo – Serviços, Programas e Projetos; Financiamento Público – Impactos e Retrocessos nas Políticas Sociais; e Participação Social – Quem Sou Eu no SUAS. A etapa seguinte foi a deliberação das propostas e a escolha dos seis representantes que vão participar da Conferência Regional prevista para acontecer em Caruaru no dia cinco de setembro deste ano, onde serão eleitos os delegados para a Conferência Estadual, prevista para acontecer em outubro, na capital pernambucana.
Para o conselho de assistência o momento não é de conquista, mas de luta pela manutenção dos serviços existentes. “A situação de Caruaru é diferente dos outros municípios do país, onde desde 2017 não há repasse regular, mas aqui os serviços se mantêm com recursos próprios”, destacou a presidente do CMAS de Caruaru, Cristiane Vasconcelos. “Há dois anos nós estávamos na conferência discutindo a ampliação, a criação dos serviços, e esse ano a gente só está discutindo o que fazer para nos mobilizar, articular para manter esses serviços, para eles não serem diminuídos e o financiamento realmente chegar aos municípios”, complementou.
“É extremamente simbólico e significativo para o governo municipal puxar a conferência municipal de assistência social, junto com o conselho estadual, que também peitou essa situação e puxou a conferência estadual, porque, do contrário, não teria sentido a gente estar aqui tratando da manutenção de políticas públicas, de ampliação da rede, coisa que não é mais discutida em lugar nenhum, por conta da falta de financiamento, da falta de repasse do governo federal”. Então, hoje, não é só uma conferência, é um ato de rebeldia de Caruaru, de resistência permanente a tudo o que a gente está vendo” salientou a secretária da SDSDH, Perpétua Dantas.